Janeiro Branco: como promover dentro da enfermagem?

Reflexões sobre a importância das ações do Janeiro Branco e como o profissional de enfermagem pode auxiliar e se envolver na iniciativa.

Um novo ano se inicia e com ele novas esperanças, possibilidades e sonhos. É o momento em que somos incentivados a pensar no passado e repensar o futuro, fazendo lista de intenções para o ano que chegou. Em 2020 muitas coisas aconteceram, mudando a vida de todos nós. Foram modificações em todos os níveis, seja no aspecto relacional, profissional ou afetivo. A pandemia modificou toda a nossa vida e muitos de nós fizeram diversas reflexões sobre o seu bem estar emocional. No entanto, há aqueles que não refletiram sobre esse aspecto e possuem diversos sofrimentos psíquicos, que se relacionam ou não com os acontecimentos da pandemia. Indubitavelmente a pandemia modificou a forma de pensarmos no mundo. Muitos tiveram um aumento da vulnerabilidade, já outros conseguiram, mesmo em meio a pandemia, refletir e criar novas rotas de fuga para problemas conhecidos. Por isso o Janeiro Branco é um assunto tão importante hoje.

Reflexões sobre a importância das ações do Janeiro Branco e como o profissional de enfermagem pode auxiliar e se envolver na iniciativa.

A campanha Janeiro Branco

A campanha Janeiro Branco surge para falar sobre saúde mental e sua importância durante o mês. A tentativa é criar uma cultura de saúde mental na humanidade e em sua 8ª edição se torna cada vez mais necessária. Por causa da pandemia, a campanha necessitou criar ações com ajuda da tecnologia e está sendo realizada com lives, palestras online, rodas de conversa, postagem na rede social, entre outras coisas.

É importante que nós possamos, enquanto profissionais de saúde, não só em janeiro, mas durante todo ano, criar novas possibilidades de promoção da saúde mental das pessoas. O enfermeiro tem papel crucial nessas atividades, uma vez que reúne todas as prerrogativas de gerar essas ações em relação a saúde mental e sua promoção. Duarte et.al (2020) revelam que: estudo iniciais consideram a necessidade de aumentar o número de profissionais com conhecimento em saúde mental na busca de assistir necessidades dos membros da comunidade, diante do sofrimento psíquico. Vale o conhecimento discutido por Schmidt, Crepaldi & Neiva-Silva (2020):

“A saúde mental e o bem-estar psicológico dos profissionais da saúde podem ser afetados pela exposição aos seguintes estressores: risco aumentado de ser infectado, adoecer e morrer; possibilidade de inadvertidamente infectar outras pessoas; sobrecarga e fadiga; exposição a mortes em larga escala; frustração por não conseguir salvar vidas, apesar dos esforços; ameaças e agressões propriamente ditas perpetradas por pessoas que buscam atendimento e não podem ser acolhidas pela limitação de recursos; e, sentimento de isolamento, pelo afastamento da família e amigos”.

Outro estudo de Barros et.al.(2020), revela que:

 “A dimensão do impacto da pandemia e do isolamento social sobre aspectos da saúde mental teve maior impacto nos adultos jovens e nas mulheres sinaliza segmentos demográficos de maior vulnerabilidade, a demandar a aplicação e o aprimoramento das estratégias de preservação e atenção à saúde mental durante a pandemia”.

O que o profissional de enfermagem pode fazer

Por esse motivo, apoiamos a iniciativa Janeiro Branco. Acessando o site do Janeiro Branco podemos então compreender um pouquinho mais das possibilidades de saúde mental. É uma campanha que busca uma cultura de saúde mental e por isso, uma humanidade mais saudável. Acontece logo no início do ano, data propícia para reflexão, ou uma tela em branco que podemos construir novas possibilidades de viver. E dentro desse processo busca-se com essa campanha adicionar proposições de saúde mental a vida das pessoas.

A finalidade é falar de saúde mental. O Janeiro Branco também busca conscientizar o governo sobre a necessidade da criação de políticas de promoção à saúde mental da população e os serviços online podem ajudar muito.

Caso o profissional compreenda a necessidade de avaliação especializada para si, familiar ou usuários do serviço de saúde, deve-se buscar imediatamente os recursos disponíveis nas localidades de atenção em saúde. A iniciativa procura prevenir assim o adoecimento mental. Assim como pretendido pelo psicólogo e fundador Leonardo Abrahão pires Rezende, o movimento que possui voluntários em todo o Brasil, vem crescendo no conhecimento popular e já é uma realidade.

Realize um movimento de cuidado com nós mesmos e com outras pessoas, construindo uma rede de solidariedade e cuidado da saúde mental. Entre no site, cuide de você e compartilhe. Além disso, busque discutir sobre saúde mental em sua rede e promova a saúde mental de outras pessoas. A saúde é um princípio constitucional que deve ser valorizado e protegido por todos. Para se ter saúde é muito importante refutar a dicotomia mente-corpo e pensar no cuidado na sua integralidade.

Referências bibliográficas:

  • Barros, M. B. Aet.al. Relato de tristeza/depressão, nervosismo/ansiedade e problemas de sono na população adulta brasileira durante a pandemia de COVID-19. Epidemiologia e Serviços de Saúde29(4), e2020427. Epub 20 de agosto de 2020
  • Duate M.Q. et. al. COVID-19 e os impactos na saúde mental: uma amostra do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciênc. saúde coletiva 25 (9) 28 Ago 2020, Set 2020.
  • Schmidt, B.; Crepaldi, M. A. & Neiva-Silva, L. Saúde mental da população geral e dos profissionais da saúde durante a pandemia de COVID-19. SciELO em Perspectiva: Humanas, 2020.

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