Medicamentos Fitoterápicos: por que incluir na sua prática clínica?

A OMS reconhece que a medicina tradicional, complementar e alternativa oferece benefícios, tendo um importante papel no cuidado da saúde.

A Fitoterapia é considerada uma ciência: seja pelo uso popular ou por orientação de profissionais da saúde. O interesse pela área vem crescendo nas duas últimas décadas, já que medicamentos fitoterápicos apresentam inúmeras possibilidades de uso para prevenção e para tratamentos complementares. A prova disso tem sido um aumento exponencial de estudos publicados, por parte da comunidade científica mundial, sobre produtos de origem botânica, seus constituintes e seu uso terapêutico.1

Estima-se que 80% da população dos países em vias de desenvolvimento utilizam medicamentos a base de plantas. Além disso, há um crescente interesse de países desenvolvidos por estes produtos, devido ao uso abusivo e aos efeitos secundários que os medicamentos convencionais podem apresentar.1,2

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Com o aumento na expectativa de vida da população mundial, nos deparamos com o crescente surgimento de pacientes com doenças crônicas, especialmente relacionadas ao estilo de vida. Há uma busca cada vez mais intensa pela melhoria na qualidade de vida, o que inclui a prevenção destas doenças através da utilização de produtos de origem botânica.3 Esse movimento gera, também, um aumento do interesse da indústria farmacêutica em produtos à base de plantas medicinais.

Uma publicação datada de 2012 já sinalizava que cerca de 70% dos medicamentos aprovados pela Food and Drug Administration (FDA), no período de 1981 a 2010, tinham relação direta ou indireta com os produtos de origem botânica, em especial plantas terrestres e produtos de origem marinha. A última atualização desta publicação é datada de 2020 e demonstra que estes produtos continuam a desempenhar um papel altamente significativo na descoberta de medicamentos e no seu processo de desenvolvimento.4,5

Dessa forma, os produtos oriundos das plantas medicinais que foram desconsiderados pela medicina moderna entre as décadas de 1950 a 1970, por não se enquadrarem no processo convencional de alvo único e até mesmo pela complexidade de seus constituintes, vem nos apresentando uma nova realidade.

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Estudos clínicos conduzidos nas últimas duas décadas envolvendo o uso plantas medicinais mostram resultados que comprovam seus efeitos terapêuticos, apesar de muitos de seus mecanismos de ação não terem sido totalmente elucidados. A esse quadro acrescentamos o esforço das farmacopeias de todo o mundo na incorporação das novas monografias de plantas medicinais, além da revisão das antigas, com o propósito de apresentar padrões atualizados e baseados em evidências científicas.3,6

Em 2012, o Caderno de Atenção Básica Práticas Integrativas e Complementares, publicado pelo Ministério da Saúde, apresentou um quadro com quatro categorias de indicações terapêuticas para fitoterápicos. Dois anos depois, em 2014, a Anvisa publica a instrução normativa 02, contendo a lista de medicamentos fitoterápicos de registro simplificado.

Medicamentos Fitoterápicos: por que incluir na sua prática clínica?

Como exemplos, destacamos alguns fitoterápicos de exclusiva prescrição médica:

  • Actaea racemosa – Sintomas do climatério.
  • Echinacea purpúrea – Preventivo e coadjuvante na terapia de resfriados e infecções do trato respiratório e urinário,
  • Ginkgo biloba – Vertigens e zumbidos (tinidos) resultantes de distúrbios circulatórios, distúrbios circulatórios periféricos (claudicação intermitente) e insuficiência vascular cerebral.
  • Hypericum perforatum – Estados depressivos leves a moderados.
  • Tanacetum parthenium – Profilaxia da enxaqueca.
  • Valeriana officinalis – Sedativo moderado, hipnótico e no tratamento de distúrbios do sono associados à ansiedade.

Mensagem final

A Fitoterapia, apesar de considerada uma ciência milenar, vem exigindo constante atualização de conhecimentos por parte dos profissionais de saúde. Para que façam um bom uso desses medicamentos, os médicos devem ter acesso às informações necessárias para a prescrição segura e eficaz dos fitoterápicos.

Para isso, conheça a Phitoteca! Tenha acesso a uma seção exclusiva sobre plantas medicinais e patologias, que poderá lhe fornecer uma visão geral sobre as possibilidades terapêuticas envolvendo todos esses recursos. Além disso, acesse informações sobre óleos essências, plantas alimentícias não convencionais, preparações caseiras e muito mais.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • 1) Silva, C. L. R. (2018). Medicamentos e suplementos alimentares à base de plantas em Portugal: comparação da legislação (Doctoral dissertation, Universidade de Lisboa (Portugal)).
  • 2) Thakkar, S., Anklam, E., Xu, A., Ulberth, F., Li, J., Li, B., ... & Tong, W. (2020). Regulatory landscape of dietary supplements and herbal medicines from a global perspective. Regulatory Toxicology and Pharmacology, 114, 104647.
  • 3) Ahn K. (2017). The worldwide trend of using botanical drugs and strategies for developing global drugs. BMB reports, 50(3), 111–116.
  • 4) Newman DJ, Cragg GM. Natural products as sources of new drugs over the 30 years from 1981 to 2010. J Nat Prod. 2012;75(3):311-35.
  • 5) Newman, D. J. and G. M. Cragg (2020). "Natural Products as Sources of New Drugs over the Nearly Four Decades from 01/1981 to 09/2019." Journal of Natural Products 83(3): 770-803.
  • 6) Thakkar, S., Anklam, E., Xu, A., Ulberth, F., Li, J., Li, B., ... & Tong, W. (2020). Regulatory landscape of dietary supplements and herbal medicines from a global perspective. Regulatory Toxicology and Pharmacology, 114, 104647.

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