Mesmo revertendo o ritmo de FA, o risco de eventos embólicos ainda é alto. Saiba o porquê

Os eventos embólicos são importantes causas de morbimortalidade em pacientes com fibrilação atrial, sendo o mais comum o AVC isquêmico.

Os eventos tromboembólicos são importantes causas de morbimortalidade em pacientes com fibrilação atrial, sendo o mais comum o AVC isquêmico. Algumas pessoas estão mais sujeitas a estes eventos, como: pacientes idosos; hipertensos; com AVC prévio; com doença vascular; diabetes e insuficiência cardíaca. Ao contrário do que se esperava, em estudos recentes, a reversão da FA para o ritmo sinusal não mostrou redução do risco cardioembólico. Por isso, é importante frisarmos a necessidade de anticoagulação, mesmo nos pacientes que revertam para ritmo sinusal.

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ainda é alto. Saiba o porquê.

Mas quais são os motivos para pacientes com controle de ritmo ainda terem risco elevado de eventos embólicos?

Esse risco elevado se deve a alguns fatores observados em grandes estudos clínicos. Primeiramente, mesmo com o sucesso da cardioversão e do uso de drogas antiarrítmicas, a recorrência da FA, seja paroxística ou persistente, é cerca de 35 a 60% no primeiro ano e pode chegar a 88% em 18 meses em estudos que utilizam monitorização contínua (pacientes com dispositivos de marcapasso, por exemplo).

Além disso cerca de 90% dos casos de recorrência de FA são assintomáticos, mesmo após 48 horas de duração. Esses eventos podem gerar trombos no apêndice atrial e, com isso, maior risco de eventos embólicos. Outra informação importante é que episódios prolongados de FA têm maior propensão de gerar trombos. Porém, mesmo episódios curtos podem aumentar esse risco. Pacientes que apresentam episódios com mais de 5 minutos de duração têm seis vezes mais chances de apresentar eventos embólicos que pacientes sem FA. Outro fator que pode contribuir para eventos embólicos é o fato de o corpo atrial esquerdo estar em ritmo sinusal discordante de um apêndice atrial em FA.

Outros fatores

E, por fim, esses pacientes podem ainda ter outros fatores que não só a fibrilação atrial para eventos embólicos, como a insuficiência cardíaca e placas ateroscleróticas na aorta. Diante destes fatos, há benefícios em levar o paciente com FA a uma estratégia de “controle do ritmo”?

Saiba mais sobre esse assunto no vídeo “Fibrilação Atrial: controle do ritmo ou da frequência?” elaborado pelo PhD Ronaldo Gimondi, no Clinical Drops — categoria de vídeos do Whitebook!

Referências bibliográficas:

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