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Microagulhamento é um procedimento minimamente invasivo, que provoca microperfurações na pele através de agulhas finas. Pode ser realizado através de rollers ou canetas elétricas. É um método de fácil aplicação em consultório e seguro, desde que realizado com material estéril e certificado pela Anvisa.
Algumas complicações possíveis são hiperpigmentação pós-inflamatória, cicatrizes hipertróficas, queloides, hematomas, edema, acne e infecções. Para evitar esses efeitos indesejados, o procedimento é contraindicado em portadores de rosácea, pele sensível, herpes ativa, queimaduras solares, câncer de pele, infecções, pessoas com tendência ao desenvolvimento de queloides, em alérgicos a anestésicos , gestantes e em pacientes que estejam realizando os seguintes tratamentos: quimioterapia, radioterapia, corticoterapia em doses altas, em uso de anticoagulante ou de isotretinoína oral.
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A cosmiatria é uma das áreas mais promissoras no uso do microagulhamento. Duas são as principais aplicações cosméticas do dispositivo: a primeira consiste no estímulo ao processo de inflamação, proliferação e remodelação da pele. O tecido inflamado culmina com a neovascularização e neocolagênese, o que melhora a firmeza da pele e reduz cicatrizes de acne, estrias, rugas e flacidez. A segunda aplicação consiste na entrega de cosmecêuticos na pele através da ruptura do estrato córneo e criação de vias transitórias que permitem o transporte de medicações para a epiderme e derme superior. Trata-se do famoso drug delivery, que significa “entrega de ativos” e é muito utilizado no tratamento de melasma, olheiras, calvície e leucodermia gutata. As duas abordagens se complementam e podem ser utilizadas em conjunto.
Para maior eficácia do drug delivery, certas propriedades físico-químicas como peso molecular inferior a 500 daltons e lipofilicidade adequada são importantes. Atualmente vários ativos têm sido utilizados: vitamina C, ácido hialurônico, ácido tranexâmico, minoxidil, finasterida, 5-fluorouracil, entre outros. Dependendo da afecção tratada, a associação de mais de uma substância otimiza os resultados.
Mas a penetração de ativos vai muito além do uso estético. A técnica apresentou boa eficácia em estudos como método para administração de vacina antigripal, desmopressina (hormônio peptídeo usado para tratar diabetes insipidus), ciclosporina (utilizada no tratamento de dermatoses), insulina, lidocaína, anti-inflamatórios como o meloxicam (para tratamento de dor neuropática), medicações oftalmológicas e antitumorais utilizados no câncer de pele e mama (anti-PD1, 5 fluouracil, tamoxifeno e gencitabina). Apesar dos estudos já mostrarem bons resultados em diversas afecções, mais pesquisas e aprimoramento da técnica são necessários. Ainda temos uma quantidade limitada de ativos, já que o transporte de móleculas grandes e hidrofílicas através da pele é um desafio.
Referências bibliográficas:
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