O Ministério da Saúde lançou as “Diretrizes para a distribuição do autoteste de HIV no Brasil – 2022”, que visam orientar profissionais e gestores de saúde em relação à distribuição e às estratégias para o alcance desse público-alvo.
A publicação traz informações a respeito do suporte oferecido ao usuário, monitoramento da estratégia e logística dos testes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Autotestes de HIV
A estratégia central é a distribuição dos autotestes especificamente para esse público que não é alcançado pelos serviços de saúde ou que precisa ser testado com maior frequência, devido à contínua exposição ao risco.
Diversos fatores podem afastar as pessoas pela busca do diagnóstico em um serviço de saúde, como explicou o diretor do Departamento das Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI), Gerson Pereira. “O diagnóstico tardio ainda é um dos principais problemas no combate à epidemia de HIV/aids, uma vez que permite a continuidade da cadeia de transmissão do vírus e dificulta a recuperação imunológica do indivíduo. Por isso, estratégias inovadoras são fundamentais”.
É muito importante que os médicos esclareçam aos seus pacientes que o autoteste de HIV é utilizado como uma medida adicional e não deve substituir a testagem rápida realizada nos serviços de saúde. O acolhimento integral do paciente é fundamental, incluindo o oferecimento de outras estratégias preventivas que compõem a prevenção combinada e a abordagem para outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).
Distribuição nacional
Inicialmente, para o projeto-piloto, foram adquiridos e distribuídos 400 mil autotestes no âmbito nacional. Com o resultado positivo, em 2020, a estratégia foi implementada como política pública, viabilizando a aquisição de mais de 600 mil autotestes entre os anos de 2021 e 2022.
Desses, cerca de 400 mil já foram distribuídos. Ainda como parte das estratégias de diagnóstico, o Ministério da Saúde distribuiu somente no ano passado 12,5 milhões de testes rápidos de HIV.
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Dados de HIV/aids no Brasil
Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) apontam para a existência de 38 milhões de indivíduos vivendo com HIV/AIDS pelo mundo.
A epidemia de AIDS existe há 40 anos e, segundo o Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2021, o Brasil tem registrado uma média anual de 36,8 mil novos casos nos últimos cinco anos. Estima-se que existam 920 mil indivíduos vivendo com HIV, destes 101 mil não têm conhecimento da sua infecção no país.
Desse total, 89% já foram diagnosticados e 77% estão sob tratamento com medicamentos antivirais. Desses, 94% não transmitem mais a doença por estarem com a carga viral baixa.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED