Novos critérios de classificação para arterite de Takayasu são publicados

Como parte do esforço atual do consórcio ACR/EULAR foram publicados os novos critérios de classificação para arterite de Takayasu (TAK).

A arterite de Takayasu é uma vasculite de grandes vasos que acomete predominantemente mulheres jovens. Sua manifestação clínica mais característica é a ocorrência de claudicação intermitente dos membros, mas diversas outras complicações, como AVC isquêmico e doença arterial coronariana, podem ocorrer.

Leia também: ACR 2022: Prednisolona em baixas doses, uso do tofacitinibe e tratamento de gota

Recentemente, o estudo da arterite de Takayasu experimentou diversos avanços, principalmente no que diz respeito aos exames de imagem. Como resultado do esforço atual do consórcio ACR/EULAR em atualizar e modernizar os critérios de classificação para diversas doenças reumatológicas, também foram publicados os novos critérios de classificação para arterite de Takayasu (TAK).

Novos critérios de classificação para arterite de Takayasu são publicados

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Métodos

A metodologia utilizada foi semelhante à descrita para os novos critérios de arterite de células gigantes: foi criado um comitê internacional de colaboração, composto com especialistas em vasculites, estatísticos e gerentes de dados, para a produção desses novos critérios. Foram seguidas 6 etapas sequenciais: geração dos critérios candidatos para vasculites sistêmicas, condução de um estudo prospectivo observacional em vasculites sistêmicas, revisão de especialistas para definir casos padrão-ouro para vasculites de grandes vasos, refinamento dos itens candidatos para vasculites de grandes vasos, derivação dos critérios para TAK e validação dos critérios para TAK.

Critérios de classificação

  • Premissas: o paciente deve ter sido diagnosticado com uma vasculite de médio ou grande calibre, e os mimetizadores de vasculites devem ter sido excluídos.
  • Critérios de entrada: 60 anos de idade ou menos no momento do diagnóstico + evidência de vasculite na aorta e/ou grandes ramos nos exames de imagem (ultrassonografia, angioTC ou RM ou PET).
  • Critérios clínicos
    • Sexo feminino: +1 ponto
    • Angina ou dor cardíaca isquêmica: +2 pontos
    • Claudicação em membros: +2 pontos
    • Sopro vascular (avaliado em grandes vasos): +2 pontos
    • Redução do pulso de MMSS (axilar, braquial ou radial): +2 pontos
    • Anormalidade da carótida comum (dor ou redução do pulso): +2 pontos
    • Diferença de PA sistólica ≥20 mmHg em MMSS: +1 ponto
  • Critérios de imagem:
    • Características analisadas: Avaliação do dano luminal (estenose, oclusão ou aneurisma) em exames de imagem
    • Número de territórios arteriais acometidos: devem ser analisados 9 territórios diferentes, a saber: aorta torácica, aorta abdominal, mesentérica, carótida direita ou esquerda, subclávia direita ou esquerda, renal esquerda ou direita:
      • Acometimento de um território: +1 ponto
      • Acometimento de dois territórios: +2 pontos
      • Acometimento de três ou mais territórios: +3 pontos
    • Acometimento simétrico de pares vasculares (vasos avaliados: carótidas, subclávias e renais): +1 ponto
    • Acometimento da aorta abdominal com acometimento renal ou mesentérico: +3 pontos
  • Classificação: 5 pontos ou mais na soma dos critérios clínicos e de imagem.

Saiba mais: ACR 2022: Novos critérios ACR/EULAR para Síndrome Antifosfolípide (SAF)

Comentários

É sempre importante relembrar que os critérios de classificação não substituem o diagnóstico clínico. Nesse contexto, os critérios de classificação podem ser utilizados como uma forma de endossar o diagnóstico do médico assistente, uma vez que apresentam alta especificidade.

Além disso, podemos usar os critérios como um checklist do que é relevante para o diagnóstico e avaliação dos pacientes. As diferentes pontuações podem ser úteis para dar indícios do que é mais relevante ou específico.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Grayson PC, Ponte C, Suppiah R, et al.; DCVAS Study Group. 2022 American College of Rheumatology/EULAR classification criteria for Takayasu arteritis. Ann Rheum Dis. 2022 Dec;81:1654-1660. DOI: 10.1136/ard-2022-223482.

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