O que é amebíase, quais seus sintomas e tratamentos disponíveis?

Também chamada de disenteria amébica, a amebíase é uma infecção causada pelo protozoário Entamoeba histolytica.

A amebíase é uma parasitose causada por protozoários entéricos das espécies de Entamoeba spp. Indistinguíveis morfologicamente, E. histolytica pode ser agente de doença invasiva, E. moshkovskii pode causar diarreia não invasiva e E. dispar é não patogênica.

A transmissão ocorre por meio da ingestão de água ou de alimentos contaminados com cistos de E. histolytica, os quais são eliminados nas fezes de pessoas infectadas.

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, quais seus sintomas e tratamentos disponíveis

Quais são os sintomas da amebíase?

A maior parte — até 80% — das infecções por E. histolytica é assintomática. Indivíduos assintomáticos podem agir como carreadores e contribuir para a manutenção da transmissão da doença, além de possuírem risco de desenvolverem amebíase invasiva.

Quando sintomática, a manifestação mais comum da doença é diarreia sem disenteria, a qual dura em média 3 dias, mas pode ser grave o suficiente para necessitar de atendimento médico.

Aproximadamente 15-33% dos infectados por E. histolytica apresentam diarreia com disenteria. A maioria dos casos tem início gradual dos sintomas, geralmente por semanas após a ingestão dos cistos. O quadro clínico mais típico é o de diarreia grave progressiva, acompanhada por dor abdominal. Febre é infrequente, assim como distensão abdominal ou desidratação. Em crianças pequenas, podem ocorrer intuscepção, perfuração, peritonite ou colite necrotizante, que se desenvolvem rapidamente. Manifestações incomuns incluem megacólon tóxico e amebomas.

Uma complicação conhecida é a formação de abscessos hepáticos amebianos. Em 80% dos casos, os sintomas se desenvolvem em 2 a 4 semanas, com febre, tosse e dor em quadrante superior direito ou em epigástrio. O envolvimento do diafragma pode causar dor pleurítica à direita ou no ombro. Outros sintomas incluem náuseas, vômitos, cólicas abdominais, distensão abdominal, diarreia, constipação e hepatomegalia dolorosa.

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Prevenção e tratamento de amebíase

O diagnóstico de amebíase é classicamente obtido por meio da identificação de E. histolytica nas fezes ou em materiais de outros locais de infecção, como pus de abscessos hepáticos. Entretanto, o diagnóstico pode ser difícil, uma vez que E. histolytica e E. díspar são indistinguíveis à microscopia. Testes sorológicos, pesquisa de antígenos nas fezes e testes moleculares de RT-PCR são outras modalidades diagnósticas mais recentes e que apresentam maior acurácia do que o exame parasitológico de fezes.

O tratamento pode ser feito com metronidazol, tinidazol, secnidazol ou nitazoxanida. Abscessos hepáticos eventualmente podem necessitar de drenagem, devendo ser considerada em pacientes sem resposta à terapia medicamentosa após 5 a 7 dias ou naqueles com alto risco de ruptura, definidos pela presença de lesões no lobo esquerdo ou com diâmetro maior do que 5cm.

Da mesma forma que outras parasitoses, medidas de saneamento básico, higienização das mãos e cuidados apropriados com alimentos e água são as principais formas de prevenção de amebíase.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • CDC. Parasites – Amebiasis – Entamoeba histolytica Infection. Disponível em: https://www.cdc.gov/parasites/amebiasis/general-info.html
  • Petri Jr WA, Haque R. Entamoeba species, including amebic colitis and liver abscess. In: Bennet, JE, Dolin, R, Blaser, MJ. Mandell, Douglas, and Bennett’s Principles and Practice of Infectious Diseases. Elsevier; 2015. p. 3047 - 3058.

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