O que há de novo sobre canaglifozina para doença renal?

Pacientes diabéticos que utilizaram canaglifozina apresentaram menor risco de doença renal e eventos cardiovasculares no acompanhamento de 2,62 anos.

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O aumento global de indivíduos com doença renal terminal é atribuído principalmente ao crescimento da prevalência de diabetes mellitus tipo 2. O único tratamento disponível até o momento para proteção renal em diabéticos é o bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona.

canaglifozina

CREDENCE avaliou efeitos da canaglifozina na doença renal

Os inibidores do SGLT2 foram responsáveis pela redução de eventos cardiovasculares em estudos realizados, mas a melhora nos resultados renais era incerta. O estudo CREDENCE é um ensaio clínico multicêntrico duplo-cego que elegeu pacientes com, no mínimo, 30 anos de idade e diabéticos tipo 2, com hemoglobina glicada entre 6,5 e 12% (exceto na Alemanha, entre 6,5 e 10,5%), para receber canaglifozina 100 mg ao dia ou placebo.

Esses deveriam ter doença renal crônica obrigatoriamente (TFG entre 30 e 90 ml/min e relação albuminúria-creatininúria de 300 a 5000 mg/g). Todos os pacientes receberam iECA ou BRA por pelo menos quatro semanas antes da randomização.

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O desfecho primário incluiu doença renal em estágio final (transplante renal ou diálise por 30 dias ou mais ou TFG inferior a 15 ml/min por 30 dias ou mais), duplicação dos níveis de creatinina mantido por 30 dias ou mais ou morte por doença renal ou cardiovascular. Identificou-se que a taxa de eventos do desfecho primário foi significativamente menor no grupo da canaglifozina.

Resultados

Além disso, os indivíduos do grupo da canaglifozina apresentaram menor risco de hospitalização por insuficiência cardíaca, infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral. Não houve diferença significativa no risco de amputações de membros inferiores nos dois grupos. O risco de cetoacidose diabética foi superior no grupo da canaglifozina.

Os níveis de hemoglobina glicada em 13 semana, pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica, peso corporal e relação albumina-creatinina foram menores no grupo canaglifozina. Nas primeiras 3 semanas de uso, houve uma redução maior na TFG no grupo da canaglifozina, mas após o declínio da TFG foi mais lento neste grupo.

Conclusão

Portanto, os indivíduos do grupo da canaglifozina apresentaram menor risco de insuficiência renal e eventos cardiovasculares no acompanhamento de 2,62 anos. No entanto, não se sabe se os resultados podem ser generalizados para pacientes com doença renal muito avançada, não albuminúricos, microalbuminúricos e para doença renal não diabética.

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Referências:

  • PERKOVIC, V.; JARDINE, M.J.; NEAL, B. et al. Canagliflozin and Renal Outcomes in Type 2 Diabetes and Nephropathy. NEJM, 2019.

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