Pesquisa de duas universidades brasileiras estuda padrão das mutações de covid-19

Conheça um estudo brasileiro que indica o padrão das variantes de Covid-19 e o impacto na eficácia da vacinação em diferentes cenários.

Professores das universidades federais de São João del Rei (UFSJ) e Juiz de Fora (UFJF) realizaram um estudo sobre o padrão de comportamento da variante ômicron do novo coronavírus. Os trabalhos indicam o padrão de comportamento das variantes e os impactos em relação à efetividade da vacinação, taxa de reinfecção e a letalidade da doença nos cenários epidemiológicos do Brasil, da África do Sul e da Alemanha.

“Utilizamos um modelo matemático epidemiológico criado pelo grupo e ajustado via algoritmos de inteligência computacional”, explicou a professora da UFSJ, Carolina Xavier.

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As previsões específicas para cada país foram possíveis devido a adaptações de alguns parâmetros específicos para a covid-19 na utilização de um modelo clássico de modelagem epidemiológica, conhecido como SIRD (Susceptibles-Infectious-Recovered-Dead). 

“Matematicamente, os modelos são os mesmos, mas os parâmetros que caracterizam cada país são estimados usando dados reais. Aí desenvolvemos um modelo específico para cada localidade com seus parâmetros distintos, o que nos permite fazer essas comparações entre os países e os parâmetros, além de confrontar o modelo com a realidade em si”, contou o professor da UFJF, Rodrigo Weber. 

Ao considerarem o número de possíveis indivíduos que poderiam ser infectados novamente, os pesquisadores puderam chegar a dados que correspondiam aos divulgados pelas autoridades nacionais de saúde. 

Trata-se de uma ferramenta de grande importância para órgãos governamentais e autoridades sanitárias, de acordo com os pesquisadores. 

A pesquisa aponta que países com baixas coberturas vacinais, como a África do Sul, por exemplo, com apenas 30% da população completamente vacinada em fevereiro de 2022, sofreram um impacto muito maior no número de casos e mortes pela enfermidade. 

O estudo também mostrou que pessoas não vacinadas nos países analisados possuem três a quatro vezes mais chances de óbito pela doença do que aqueles que se vacinaram. 

Os pesquisadores explicam que, diante das análises realizadas no estudo que avaliou as consequências da variante delta, foi possível observar uma relação importante entre a perda natural de imunidade e o aumento de infecções na população. 

Diferenças interessantes entre os países também foram observadas neste estudo. Por exemplo, as taxas de mortalidade antes e durante da ômicron foram muito mais altas na Alemanha do que no Brasil e na África do Sul. Isso pode estar relacionado ao fato de que a variante atingiu a Alemanha e outros países europeus com mais força do que a África do Sul e o Brasil. 

“Por fim, só conseguimos reproduzir a dinâmica observada após a introdução de um novo parâmetro no modelo matemático para contabilizar a porcentagem da população que pode ser reinfectada. O número de reinfecções ficou entre 20 e 40%. Além disso, observamos uma correlação oposta entre reinfecções e a cobertura ou situação vacinal do país”, concluiu o estudo.

*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Pesquisa brasileira estuda padrão das mutações do novo coronavírus. O Sul. Disponível em: https://www.osul.com.br/pesquisa-brasileira-estuda-padrao-das-mutacoes-do-novo-coronavirus/
  • Parceria entre UFSJ e UFJF em pesquisa estuda padrão das mutações do novo coronavírus. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/zona-da-mata/noticia/2022/08/07/parceria-entre-ufsj-e-ufjf-em-pesquisa-estuda-padrao-das-mutacoes-do-novo-coronavirus.ghtml
  • Characterisation of Omicron Variant during COVID-19 Pandemic and the Impact of Vaccination, Transmission Rate, Mortality, and Reinfection in South Africa, Germany, and Brazil. MDPI. Disponível em: https://www.mdpi.com/2673-6284/11/2/12/htm

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