Pesquisadores da UFMG desenvolvem teste capaz de detectar os quatro tipos de dengue

Estudo empregou modelo baseado em métodos numéricos para criar software baseado em nanotecnologia capaz de detectar a infecção por dengue.

Uma técnica desenvolvida por pesquisadores do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) é capaz de detectar os quatro tipos de dengue de forma mais ágil e precisa.

Liderado pelo virologista e professor do Centro de Tecnologia em Vacinas da UFMG, Flávio da Fonseca Guimarães, o estudo empregou um modelo baseado em métodos numéricos para criar um software baseado na nanotecnologia.

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Nele são utilizados nanobastões de ouro recobertos por uma proteína do vírus da dengue. Quando o soro de amostras de sangue do paciente com suspeita de dengue entra em contato com esses nanobastões, acontece um fenômeno elétrico onde a sensibilidade ampliada faz com o teste detecte com precisão se o paciente dengue ou doenças similares, como zika, chikungunya, febre amarela e encefalite Saint Louis. Além disso, a metodologia pode identificar qual o tipo de dengue: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4 que o paciente apresenta.

Pesquisadores da UFMG desenvolvem teste capaz de detectar os quatro tipos de dengue

Fenômeno óptico de incidência de luz

O método descrito no artigo “Computational guided method applied to LSPR-based biosensor for specific detection of the four-serotypes of dengue virus in seropositive patients”, publicado pela revista Particle & Particle Systems Characterization, ainda é baseado no fenômeno óptico de incidência de luz, trazendo agilidade aos resultados através do novo software de cálculos que interpreta os resultados.

“A amostra do paciente costuma ser lida no espectrofotômetro, o mesmo aparelho que faz a leitura de testes sorológicos do tipo Elisa. A amostra é colocada em contato com o nanosensor e a leitura é realizada no espectrofotômetro. Em seguida, o resultado é interpretado pelo software. Para analisar uma amostra é necessário fazer uma série de cálculos para entender o resultado do exame e o método apresentado no artigo consegue realizar esses cálculos mais facilmente, agilizando os diagnósticos e ainda eliminando os resultados falsos positivos e negativos”, explicou a pesquisadora colaboradora da UFMG e uma das autoras do artigo, Alice Versiani, em entrevista ao portal da universidade.

A pesquisadora acrescentou que a otimização do tempo para os resultados é fundamental dentro do processo clínico de diagnóstico. “O software elimina o tempo que seria gasto na realização dos cálculos matemáticos, mantém a precisão dos resultados e ainda reduz o risco de erro humano”.

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Próximos passos

Após a publicação do artigo, a intenção da equipe é que o software seja adaptado para exames de outras doenças. A tecnologia foi patenteada pela UFMG e agora está sendo oferecida para a indústria.

A meta é desenvolver um kit comercial para que as pessoas possam realizar os exames diagnósticos em casa, adaptando o método e o processo de leitura para que possam ser realizados fora do laboratório.

“O próximo passo é transformar isso em um produto vendável. Precisamos agora de um parceiro na indústria para produzir e replicar essa metodologia para que ela chegue ao mercado”, contou o pesquisador Flávio Guimarães.

*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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