Prevenção de ITU em recém-nascidos com espinha bífida: antibioticoterapia profilática

As infecções do trato urinário (ITUs) comumente ocorrem em pacientes com espinha bífida e apresentam risco de cicatrizes renais.

As infecções do trato urinário (ITUs) comumente ocorrem em pacientes com espinha bífida e apresentam risco de cicatrizes renais. Mesmo faltando evidências, a antibioticoterapia profilática tem sido utilizada rotineiramente em recém-nascidos (RN) com mielomeningocele para prevenir ITUs.

Um recente estudo multicêntrico afirma que a profilaxia pode ser suspensa com segurança em RNs com espinha bífida até que a avaliação clínica permita a estratificação de risco.

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Prevenção de ITU em recém-nascidos com espinha bífida: antibioticoterapia profilática

Métodos

Foram selecionados 299 RNs com mielomeningocele em 9 hospitais, sendo 50,5% do sexo masculino, incluídos no estudo UMPIRE e tratados com protocolo padronizado. Dados sobre detalhes das ITUs, achados do USG renal, refluxo vesicoureteral, uso de cateterismo intermitente e circuncisão em meninos foram coletados.

Resultados

Nos primeiros 4 meses de vida, 48 bebês (16,1%) foram tratados para ITU com 23 (7,7%) com urocultura positiva; no entanto, apenas 12 (4%) preencheram a definição de infecção do trato urinário. Lactentes com hidronefrose grau 3-4 tiveram um risco aumentado de ITU em comparação com bebês sem hidronefrose (RR = 10,1; IC 95% = 2,8, 36,3). Lactentes com com cateterismo intermitente também tiveram um risco aumentado de ITU (RR = 3,3; IC 95% = 1,0, 10,5).

Conclusões 

A incidência de ITU sintomática e urocultura positiva em lactentes com espinha bífida nos primeiros 4 meses de vida foi baixa. Pacientes com altos graus de hidronefrose ou pacientes em cateterismo intermitente tiveram uma incidência significativamente maior de ITU. Esses resultados sugerem que a antibioticoterapia profilática pode não ser necessária para a maioria dos RN com esse diagnóstico.

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Considerações Finais

A frequência de ITU não foi significativamente diferente para os lactentes que receberam antibioticoterapia profilática  em comparação com aqueles que não receberam. Dessa forma, esse estudo sugere que a atenção no esvaziamento vesical eficiente sem a administração rotineira de profilaxia antibiótica é uma forma eficaz de prevenir ITU em lactentes com mielomeningocele. 

Referências bibliográficas:

  • Wallis MC, Paramsothy P, Newsome K, et al. Incidence of Urinary Tract Infections in Newborns with Spina Bifida-Is Antibiotic Prophylaxis Necessary? J Urol. 2021;206:126. doi: 10.1097/JU.0000000000001690

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