Diante da evolução e disseminação da doença respiratória provocada pelo novo coronavírus (Covid-19), o Ministério da Saúde (MS) publicou um protocolo de prevenção de transmissão, identificação e manejo de casos suspeitos e confirmados de infecção pelo novo coronavírus (SARS-CoV2).
Coronavírus: definição de caso suspeito
São considerados casos suspeitos de infecção pelo SARS-CoV2, os pacientes que apresentarem um dos três quadros:
- Febre + pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) + histórico de viagem para área com transmissão local, de acordo com a OMS , nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;
- Febre + pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) + histórico de contato próximo de caso suspeito para o coronavírus, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas;
- Febre OU pelo menos um sinal ou sintoma respiratório (tosse, dificuldade para respirar, batimento das asas nasais entre outros) + contato próximo de caso confirmado de coronavírus em laboratório, nos últimos 14 dias anteriores ao aparecimento dos sinais ou sintomas.
Observação: É considerado contato próximo: estar por período prolongado, em ambiente fechado (sala, transporte coletivo, local de atendimento etc.), a menos de 2 metros de distância, podendo ou não ter contato direto com fluidos corporais, sem uso de equipamento de proteção individual (EPI) adequado.
Definição de caso confirmado: Indivíduo com confirmação laboratorial positiva para novo coronavírus (SARS-CoV2), podendo ou não apresentar sinais e sintomas.
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Novo coronavírus
O SARS-CoV2 tem baixa patogenicidade e letalidade, manifestando-se na maioria das pessoas como um quadro de resfriado comum, sendo motivo de maior preocupação em grupos imunocomprometidos, idosos acima de 60 anos e crianças. Na população em geral, a letalidade não passa dos 3% dos casos confirmados de infecção por coronavírus.
O período de incubação pode variar entre 5 e 14 dias.
Não há informações suficientes para concluir se é possível a transmissão antes do aparecimento dos sintomas ou não.
As complicações mais comuns tem sido: Síndrome do desconforto respiratório agudo , lesão cardíaca aguda e infecção secundária.
Manejo clínico
Não há uma terapia específica para o SARS-CoV2, mas recomenda-se que, nos casos suspeitos de infecção por influenza, iniciar imediatamente o tratamento com fosfato de oseltamivir.
Nos casos onde não houver necessidade de internação hospitalar ou que a alta hospitalar seja dada antes de completar sete dias de evolução da doença, o paciente deve seguir em isolamento domiciliar e ser orientado sobre o risco de aparecimento de sinais de agravamento e como reconhecer esses sinais (elevação ou persistência da febre, taquicardia, taquipneia, dispneia, dor pleurítica, e fadiga). Nesses casos, deve-se procurar uma unidade de saúde imediatamente.
Casos confirmados de pacientes imunocomprometidos ou com comorbidades, a internação é recomendada independente dos sinais e sintomas. A liberação só deve ser dada após avaliação do PCR.
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Intervenções de suporte recomendadas:
- Administrar oxigênio suplementar em pacientes com síndrome respiratória aguda grave (queda de saturação, dispneia, febre, tosse ou dor de garganta), dispneia, hipoxemia ou sinais de choque;
- Restrição hídrica, exceto em casos de choque;
- Evitar corticoide sistêmico;
- Antimicrobianos empíricos de acordo com a patógenos possíveis;
- Tratar insuficiência respiratória;
- Tratar sepse e choque séptico.
Descarte de resíduos: É recomendado que os resíduos dos indivíduos infectados sejam descartados como material biológico infectante (branco-leitoso).
Higienização da unidade do paciente
Um estudo realizado por pesquisadores alemães, concluiu que, embora o SARS-CoV2 possa permanecer na superfície inanimada por até 9 dias, solução de hipoclorito de sódio 0,1% e álcool 70% são eficazes no combate à transmissão do vírus por meio de superfície inanimada.
Há evidências que apontem diminuição da transmissibilidade do coronavírus em ambientes com temperatura superior a 30°C, o que nos leva a concluir que em países quentes, como é o caso do Brasil, a epidemia teria uma magnitude menor.
Referências bibliográficas:
- World Health Organization. Novel coronavirus (2019-nCoV). [Internet]; 2020;
- Brasil. Ministério da Saúde. Novo coronavírus: o que é, causas, sintomas, tratamento, diagnóstico e prevenção. [Internet];
- Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo de tratamento do novo coronavírus (2019-nCoV). Secretaria de Atenção Especializada à Saúde. Brasília. 2020
- Center for Disease Control and Prevention. Interim Infection Prevention and Control Recommendations for Patients with Known or Patients Under Investigation for 2019 Novel Coronavirus (2019-nCoV) in a Healthcare Setting. [Internet];
- Kampf G, Todt D, Pfaender S, Steinmann E. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. J Hosp Infect [Internet]. 2020
- https://gisanddata.maps.arcgis.com/apps/opsdashboard/index.html#/bda7594740fd40299423467b48e9ecf6