Quais orientações dar ao paciente depois de uma curetagem uterina pós-aborto?

Após a curetagem uterina, os anti-inflamatórios não esteroides e analgésicos geralmente são utilizados no pós-cirúrgico para controle da dor.

O tratamento clássico para abortos, tanto de primeiro quanto de segundo trimestres, é a curetagem uterina, com eficácia próxima a 100%. A complicação mais frequente é a infecção, atingindo até 10% dos casos, seguida de esvaziamento uterino incompleto (2% a 3%). Complicações com menos de 1% incluem laceração cervical, perfuração uterina, lesão de órgãos pélvicos e hemorragia. A conduta cirúrgica está indicada nas situações de urgência, como nos casos de sangramento moderado ou intenso, na presença de infecção e ainda para aquelas mulheres que não desejam esperar a eliminação espontânea ou medicamentosa dos produtos da concepção. 

A curetagem uterina normalmente é realizada em centro cirúrgico, sob raquianestesia ou anestesia geral. 

Nas últimas décadas, como tratamento alternativo à curetagem uterina, tem-se preconizado a aspiração manual intrauterina (AMIU) em casos de aborto de primeiro trimestre (antes de 12 semanas). A aspiração representa um sistema de tecnologia simples, com material de baixo custo, que pode ser reutilizado após esterilização. Os tempos de realização do procedimento e internação são significativamente menores em mulheres submetidas à aspiração quanto comparado a curetagem uterina. 

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Quais orientações dar ao paciente depois de uma curetagem uterina pós-aborto?

Quais orientações dar ao paciente depois de uma curetagem uterina pós-aborto?

Acompanhamento 

Após a curetagem uterina, os anti-inflamatórios não esteroides (AINES) e analgésicos geralmente são utilizados no pós-cirúrgico para controle da dor. O sangramento leve é comum após o procedimento e pode persistir por alguns dias. 

A alta médica normalmente ocorre de 12 a 24 horas, na dependência de condições de dor e sangramento, principalmente. Não existem evidências suficientes sobre um tempo de abstinência sexual específico após curetagem, mas a maioria dos ginecologistas recomendam repouso pélvico por algum tempo, variando de três dias a duas semanas, para evitar sangramento e/ou infecção. 

Do ponto de vista de afastamento das atividades laborais e de acordo com o Art. 395 (CLT): em caso de aborto não criminoso, comprovado por atestado médico oficial, a mulher terá um repouso remunerado de 2 (duas) semanas, ficando-lhe assegurado o direito de retornar à função que ocupava antes de seu afastamento. 

No acompanhamento pós-aborto, a paciente deve retornar para receber o resultado do exame anatomopatológico. Nos casos em que não se obtém material do produto do abortamento para análise anatomopatológica (abortamento completo, conduta expectante ou medicamentosa), a paciente deve retornar após duas semanas para realizar hCG urinário qualitativo (sensibilidade de 25 mUI/mL) e, então, receber alta se hCG negativo.  

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As pacientes que não desejam engravidar precocemente devem realizar anticoncepção. Pode-se inserir dispositivo intrauterino após esvaziamento uterino, com exceção dos casos de abortamento infectado ou prescrever anticoncepção hormonal. Aquelas mulheres que desejam engravidar não precisam postergar a concepção por longo período e podem tentar uma nova gravidez assim que estiverem física e psicologicamente aptas. Estudo que comparou nova concepção até três meses ou acima desse período, após perda gestacional, demonstrou resultados semelhantes nas taxas de recém-nascidos vivos e abortamento. 

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • ZUGAIB, Marcelo; FRANCISCO, Rossana Pulcineli V. Zugaib obstetrícia 4a ed. Editora Manole, 2020