Qual o melhor tratamento para tumor de células gigantes de rádio distal?

O rádio distal é a terceira localização mais comum desse tumor, com os pacientes referindo dor, edema e redução de arco de movimento do punho.

O tumor de células gigantes (TCG) é raro e localmente agressivo afetando primariamente região metaepifisária de ossos longos após maturidade esquelética. O rádio distal é a terceira localização mais comum desse tumor, com os pacientes referindo dor, edema e redução de arco de movimento do punho. Metástases pulmonares podem ocorrer em 3% dos casos de TCG e a localização no radio distal está mais associada a essa complicação.

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Historicamente, o tratamento dessa patologia se dá com ressecção do tumor e reconstrução podendo ser associada à artroplastia ou artrodese. O transplante de fíbula vascularizado pode ser necessário para a reconstrução, tornando-a mais tecnicamente desafiadora. A cirurgia intralesional com preservação da articulação pode ser realizada em pacientes jovens e ativos em alguns casos selecionados, porém há maior chance de recorrência.

Qual o melhor tratamento para tumor de células gigantes de rádio distal

O estudo

Desde a introdução do denosumab, o tratamento passou de puramente cirúrgico para multidisciplinar. Até o momento, permanece desconhecido qual a melhor combinação de tratamento para o TCG de rádio distal avançado. Foi publicado no último mês na revista “Bone and Joint Open” um estudo retrospectivo e multicêntrico com o objetivo de avaliar resultados oncológicos, cirúrgicos e funcionais para TCG com diferentes acessos e reconstruções cirúrgicas e diferentes esquemas de administração de denosumab.

Foram selecionados 76 pacientes tratados com TCG de radio distal entre 1990 e 2019 de 3 diferentes hospitais holandeses e avaliados dados de prontuários como idade, sexo, diagnóstico histológico, características do tumor (extensão para partes moles, fratura patológica), tratamento cirúrgico (adjuvantes locais, técnica de reconstrução) e terapia sistêmica (doses, durações, efeitos colaterais e complicações).

O follow-up médio foi de 8,8 anos (2 a 23), sendo sete pacientes submetidos a curetagem, 38 a curetagem com adjuvantes e 31 a ressecções. Apenas 20 receberam denosumab. A taxa de recorrência foi de 71% (5/7) após curetagem, 32% (12/38) após curetagem com adjuvantes, e 6% (2/31) após a ressecção. O tempo médio de recorrência foi de 17 meses (4 a 77). Recorrências foram tratadas com curetagem com adjuvantes (onze), ressecção (seis) ou curetagem (dois). No geral, 84% (38/45) foram curados após um a três procedimentos intralesionais.

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Sete pacientes receberam 12 meses de denosumab neoadjuvante (5 a 15) e seis meses de denosumab adjuvante com duas recorrências (29%). Doze pacientes receberam seis meses de denosumab neoadjuvante (4 a 10) com cinco recorrências (42%). Dois apresentaram metástases pulmonares (2,6%), ficando ambas estáveis após denosumab.

A taxa de complicação foi de 18% (14/76, com 11 necessitando de cirurgia). No follow-up estudado, a média do Musculo-Skeletal Tumor Society score foi 28 (18 a 30), enquanto a do Short Form-36 foi 86 (41 a 95), e o DASH 7,8 (0 a 58).

Conclusão

O tratamento do TCG de rádio distal pode ser diferente do tratamento geral dos TCG devido à complexidade da anatomia e função do punho. A cirurgia intralesional resultou em uma maior taxa de recorrência mesmo com denosumab adicional. A grande maioria dos pacientes, no entanto, foram curados após curetagem repetida.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • van der Heijden L, Bindt S, Scorianz M, Ng C, Gibbons MCLH, van de Sande MAJ, Campanacci DA. Surgical challenges, novel techniques, and systemic treatment of giant cell tumour of bone of the distal radius : clinical outcomes and systematic review of the literature. Bone Jt Open. 2022 Jul;3(7):515-528. DOI: 10.1302/2633-1462.37.BJO-2022-0064.R1.

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