Qual o rastreio ideal para o câncer de mama?

Principal câncer entre as mulheres brasileiras, o câncer de mama é uma doença cujo rastreio é feito para toda a população na maioria dos países.

Tempo de leitura: [rt_reading_time] minutos.

Principal câncer entre as mulheres brasileiras, o câncer de mama é uma doença cujo rastreio é feito para toda a população na maioria dos países. Quais exames utilizados, periodicidade, quando iniciá-los, e até que ponto isso traz benefício para a paciente devem guiar estratégias individuais e de saúde pública.

O Manual para Diagnóstico Precoce do Câncer de Mama elaborado pelo INCA em 2015 é a base da política pública de rastreamento de Câncer de Mama do Ministério da Saúde. O protocolo elaborado nesse material leva em conta quais medidas de rastreamento tiveram impacto na mortalidade por câncer de mama, e o tamanho desse impacto.

A conclusão que o material chega é que a mamografia tem benefício quando realizada bianualmente em mulheres de 50 a 70 anos. Mamografias antes dos 50 anos tendem a diagnosticar tumores de crescimento mais rápido, que se tornariam sintomáticos rapidamente, ou então tumores de crescimento lento que não teriam impacto na vida da mulher caso nunca fossem diagnosticados.

Mais da autora: ‘Precisamos radiografar pneumonias?’

A posição da Sociedade Brasileira de Mastologia é contra esse protocolo, e orienta mamografias anuais a partir dos 40 anos, considerando que o diagnóstico de tumores nessa faixa etária a partir da mamografia traz mais benefícios que danos às mulheres.

Outra posição ainda que existe é a de alguns países, como Canadá e Finlândia, que não solicitam mais mamografias como medida de rastreamento populacional, pois consideram que os danos causados por essa medida superariam os benefícios.

É importante que ginecologistas e médicos generalistas, assim como profissionais de enfermagem envolvidos na saúde da mulher, tenham conhecimento das pesquisas que baseiam cada recomendação, para entender com qual se identificam. Além disso, é fundamental explicar às pacientes o porquê do protocolo escolhido ter sido aquele e orientá-la que existem outros profissionais que se baseiam em outros protocolos.

Para a paciente, ir a diferentes profissionais que sigam diferentes orientações pode ser confuso e prejudicar a relação médico-paciente. Exames de rastreamento devem levar em conta também a opinião da paciente e ela deve ter a oportunidade de falar sobre como se sente diante da decisão, que deve ser tomada em conjunto.

É médico e também quer ser colunista do Portal PEBMED? Clique aqui e inscreva-se!

Referências:

  • Diretrizes para detecção precoce de Câncer de Mama no Brasil, Instituto Nacional do Câncer, 2015.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.