Queda de cabelo e Covid-19: o que sabemos até agora?

Com a pandemia de Covid-19, o eflúvio telógeno, uma das causas mais comuns de queda de cabelo, se tornou cada vez mais frequente.

O eflúvio telógeno é uma das causas mais comuns de queda de cabelo. É caracterizado por uma perda capilar difusa, devido a uma mudança abrupta do ciclo capilar da fase anágena (crescimento) para fase telógena (fase de repouso), com predisposição a queda. Ele ocorre geralmente de 2 a 3 meses após um fator causal (estresse, drogas, trauma, doenças endócrinas, deficiências nutricionais e estados febris). Geralmente é autolimitado, com resolução completa após 6 meses, sem deixar sequelas. Cronologicamente, é dividido em agudo (duração menor que 6 meses) e crônico (duração maior que 6 meses).

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Queda de cabelo e Covid-19 o que sabemos até agora

Qual a relação entre a Covid-19 e a queda de cabelo?

Com a pandemia de Covid-19, o eflúvio telógeno se tornou cada vez mais frequente. Esse fenômeno pode ser causado por alterações fisiológicas induzidas pela infecção, medicações utilizadas (estresse fisiológico), ou até mesmo pelo estresse psicossocial associado (mudanças no trabalho, dia a dia, rotina, perdas, etc).  Revisões sistemáticas apontam que cerca de 25% dos pacientes com infecção atual, ou prévia, apresentam queixa de queda de cabelo.

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Já sabemos que a infecção pelo SARS-CoV 2 leva a um estado pró-inflamatório, com produção de citocinas e uma tendência pró-trombótica. Esses mecanismos também afetam diretamente o folículo piloso. Estudos mostram que pacientes mais graves têm níveis mais altos de citocinas, com risco maior de eflúvio telógeno. Também ocorre redução na produção de proteínas anticoagulantes e indução da formação de microtrombos, que podem ocluir o suprimento sanguíneo do folículo.

Como tratar o eflúvio telógeno?

A chave no tratamento desses pacientes é identificar a causa e removê-la. Exames laboratoriais podem ser solicitados para descartar outras causas. Nos pacientes após Covid-19, o eflúvio parece começar de forma mais precoce que nos demais casos. Existem casos com duração de meses, porém com posterior recuperação progressiva. É de suma importância educar o paciente sobre o caráter autolimitado dessa condição. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo dermatologista, para a instituição de terapêutica adequada.

Referências bibliográficas:

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