Recomendação de screening para transtorno do espectro autista

O diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) requer preparo e deve ser realizado por profissionais qualificados.

O diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) requer preparo e deve ser realizado por profissionais qualificados. No entanto, o aumento dos números de suspeitas e diagnósticos nos últimos anos resultou na necessidade de padronização de ferramentas de triagem, através da aplicação de escalas internacionais, para auxílio diagnóstico que podem ser aplicados por profissionais da atenção primária como médico de família e comunidade e pediatra geral.

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transtorno do espectro autista

Ferramentas de triagem

Os testes de triagem não confirmam o diagnóstico mas ajudam na condução dos cuidados primários e identificam crianças que estão em risco para confirmação do TEA em uma posterior avaliação adicional especializada. Seu objetivo é avaliar possíveis atrasos de linguagem, cognitivos e motores, porém podem não ser sensíveis a sintomas sociais associados à identificação do TEA. A avaliação posterior ao screening com o neuropediatra ou psiquiatra infantil pode confirmar o diagnóstico e os resultados decorrentes do diagnóstico precoce são expressivos, proporcionando ao paciente e a sua família a possibilidade de acesso mais antecipado às terapias.

A atual ferramenta de triagem recomenda pela American Academy of Pediatrics (AAP) e pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) é o  Modified Checklist for Autism in Toddlers (M-CHAT-R), essa ferramenta é composta por cerca de 20 perguntas claras, com respostas de sim ou não, ao final dela o paciente é classificado em baixo, moderado e alto risco para autismo.

O acesso à escala de triagem pode ser feito através do link: http://mchatscreen.com/wp-content/uploads/ 2015/05/M-CHAT_Portuguese_Brazil.pdf

Classificação de risco de TEA após a aplicação do M-CHAT-R:

  • Baixo risco: pontuação total é de 0-2; se a criança for menor que 24 meses, repetir o M-CHAT-R em 24 meses.
  • Risco moderado: pontuação total é de 3-7; administrar a Entrevista de Seguimento (segunda etapa do M-CHAT-R/F) para obter informação adicional sobre as respostas de risco.
    • Se a pontuação do M-CHAT-R/F continuar igual ou superior a 2, a criança pontua positivo para TEA na triagem, se for pontuação 0-1 pontua como negativo para triagem do autismo
  • Alto risco: Pontuação total é de 8-20; Deve-se encaminhar a criança para avaliação diagnóstica e também para avaliação de necessidade de intervenção

O M-CHAT-R/F  indica se a criança passou ou falhou no item testado e contém as mesmas perguntas do M-CHAT-R.

Essas ferramentas são bastante efetivas e devem ser amplamente disseminadas entre os pediatras, visto que cerca de 85% das crianças com TEA foram identificadas em um estudo prévio através da aplicação de tal questionário.

Ouça mais: Relação da disbiose e autismo [podcast]

Atualmente, o tratamento do transtorno do espectro autista é baseado em terapias comportamentais e medicamentosas que levam à melhora da comunicação e das interações sociais dos pacientes, proporcionando qualidade de vida. No entanto, isso só é possível através do diagnóstico certeiro e do seguimento conjunto por profissionais qualificados e com expertise na área.

As ferramentas de triagem auxiliam no diagnóstico, mas o manejo e o diagnóstico final deve ser feito para além delas, com exame físico, avaliação comportamental e história do paciente pelo neurologista ou psiquiatra infantil.

Ressaltando, as informações aqui presente são de caráter  educacional e não devem ser utilizadas para autodiagnóstico em hipótese alguma.

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