Relação entre anti-hipertensivos e reinternação por pré-eclâmpsia pós-parto

Estudo avaliou reinternação por pré-eclâmpsia puerperal em pacientes que receberam alta hospitalar com e sem anti-hipertensivos.

Recentemente o estudo CHAP (Chronic Hypertension and Pregnancy – Hipertensão Crônica e Gravidez) demonstrou a vantagem de se tratar as pacientes com hipertensão não severa (níveis tensionais entre 140/90 mmHg e 160/110 mmHg). Entretanto não se sabia se o tratamento após o parto diminuiria os riscos também. Assim, um trabalho publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology  em janeiro de 2023 fez um estudo de casos–controles para avaliar casos de reinternação por pré-eclâmpsia puerperal em pacientes que receberam alta hospitalar com e sem medicação anti-hipertensiva com objetivo de determinar se existe relação entre o uso de anti-hipertensivos na alta e a readmissão com pré-eclâmpsia pós-parto.

Relação entre anti-hipertensivos e reinternação por pré-eclâmpsia pós-parto

Métodos

Nesse estudo foram incluídas pacientes com doença hipertensiva da gravidez divididas em dois grupos: um grupo que recebeu alta com anti-hipertensivo e outro sem medicação na alta.

As taxas de readmissão com pré-eclâmpsia pós parto foram analisadas nos dois grupos usando análises uni e multivariadas, incluindo correspondências de pontuação de propensão.

Leia também: Influência da pré-eclâmpsia no neurodesenvolvimento de nascidos MBP até os 2 anos

De um total de 333 pacientes com pré-eclâmpsia no parto, 120 (36%) receberam alta com medicação anti-hipertensiva e 213 (64%) sem medicações anti-hipertensivas. Os pacientes que receberam alta com medicação eram na maioria com hipertensão crônica, diabetes pré-gestacional, usuários de aspirina, usaram sulfato de magnésio ou pré eclampsia com complicações (p < 0,001).

Resultados

Após os ajustes para idade materna, raça, anti-hipertensivos antes da admissão para o parto, pré-eclâmpsia com complicações e pressão arterial diastólica na alta do parto, as taxas de readmissão foram semelhantes entre os grupos (32,5% vs 34,3%, p = 0,849). Mas, entre as pacientes de alta com anti-hipertensivo com pressão sistólica ≥ 140 mmHg e/ou diastólica ≥ 90 mmHg (N = 65), aquelas que receberam alta com medicação (N = 42) tiveram risco menor de readmissão do que aquelas sem medicação (N = 23) (35,7% vs 73,9%, p = 0,004).

Conclusão

O estudo conclui que, apesar da recomendação atual seja de associar medicação anti-hipertensiva apenas para níveis pressóricos ≥ 150/100 mmHg, o estudo CHAP sugere que, na gravidez e em partos complicados com síndromes hipertensivas, o pós-parto mantém-se com níveis tensionais ≥ 140/90 e o uso de anti-hipertensivos na alta diminui o risco de readmissão dessas pacientes.

Saiba mais: Estratégias profiláticas para prevenir a pré-eclâmpsia

Mensagem prática

Ainda é necessário um estudo randomizado controlado para confirmação desses dados e impacto na prática médica.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Balhotra K, Roach C, Al-Kouatly HB, Minkoff H, Mclaren RA. Association of anti-hypertensive medication at discharge with readmission for postpartum preeclampsia, American Journal of Obstetrics and Gynecology. 2023. DOI: 10.1016/j.ajog.2021.11.694