Semana de Vacinação das Américas no ano da covid-19

De 23 a 30 de abril comemora-se a 20ª Semana de Vacinação nas Américas e este ano traz o tema: “Você está protegido? Tome todas as vacinas”.

De 23 a 30 de abril comemora-se a 20ª Semana de Vacinação nas Américas (SVA) e este ano traz um tema atual: “Você está protegido? Tome todas as vacinas”. A importância e a contemporaneidade da temática nos recorda o ano de 2021, marcado pela esperança da descoberta de vacinas contra a Covid-19. Nesse sentido, é notável a reflexão acerca da vacinação nas Américas, bem como fizemos no dia da imunização sobre a vacinação no Brasil.

De acordo com a Drª. Carissa F. Etienne, diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), cerca de 64% da população das Américas encontra-se vacinada contra o SARS-CoV-2, embora ainda haja grande parte da população não imunizada. Importa destacar, nesse contexto, que as vacinas foram recursos relevantes para a redução do agravamento da doença e da mortalidade.

A OPAS, junto a outros órgãos, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e os órgãos reguladores dos países americanos asseguram a eficácia e segurança das vacinas e afirmam que o processo de produção dos imunobiológicos contra a covid-19 seguiu o mesmo protocolo e rigor que outras vacinas já conhecidas e aprovadas no calendário vacinal ー no Brasil, do Programa Nacional de Imunização (PNI).

Ao considerar as vacinas do PNI, é oportuno indicar que elas não devem ser esquecidas, visto que existem diversas doenças a serem combatidas e preveníveis, não somente o coronavírus. A cobertura vacinal da poliomielite, do sarampo e da difteria, por exemplo, reduziu em muitos países à medida que a pandemia da covid-19 se agravou.

Nesse ambiente, cabe afirmar nosso compromisso com a saúde pública, questionar e sugerir aos amigos as seguintes frases: “Você está protegido? Tome todas as vacinas”. Se vacinar é um ato individual e coletivo. A vacinação salva vidas e pode proteger pessoas para além daquelas do seu convívio. Isso acontece porque o ato de vacinação de diversos membros da sociedade causa um fenômeno que chamamos de imunidade coletiva ou de rebanho.

A imunidade de rebanho é aquela que é obtida quando um grande número de indivíduos em dada comunidade fica protegido da doença pela imunização. É menor a circulação do agente que causa a doença, protegendo de modo indireto aqueles que não estão imunizados. Ainda não sabemos como se aplica a imunização de rebanho frente a capacidade de contágio do SARS-CoV-2. No entanto, todos nós pudemos viver para ter as experiências positivas da vacinação durante essa pandemia.

Durante a pandemia um grande movimento político antivacina foi iniciado no Brasil. A resposta foi muito negativa, na qual milhares de crianças deixaram de ser vacinadas. Não estamos falando da vacina contra o vírus SARS-CoV-2, mas sobre diversas doenças na qual a imunização já, inclusive, erradicou. A oposição organizada à vacinação. A internet acabou por promover maior velocidade na informação e também na desinformação. A Organização Pan-Americana da saúde (OPAS) no mês de fevereiro chegou a um marco histórico no combate a covid-19, entregando 100 milhões de vacinas a países mais vulneráveis como Equador e Haiti que possuíam dificuldade para a aquisição das vacinas.

Leia também: Os impactos da pandemia de covid-19 na imunização infantil

Em 17 abril, o último levantamento sobre vacinados no mundo de acordo com centros de estudos ligados a Universidade de Oxford na Inglaterra, 65% da população mundial recebeu pelo menos uma dose da vacina covid-19. 11,47 bilhões de doses foram administradas globalmente e 11,02 milhões agora são administradas a cada dia. Apenas 15,2% das pessoas em países de baixa renda receberam pelo menos uma dose. No Brasil 76% da população estão com o protocolo inicial completo e 9% estão parcialmente vacinados, totalizando 85%.

Dados gerais sobre vacinação na América

Reprodução: Coronavirus (COVID-19) Vaccinations. Our World in Data. Disponível em https://ourworldindata.org/covid-vaccinations?country=OWID_WRL

Como podemos observar a parcela de pessoas com protocolo inicial (verde escuro) e parcela de pessoas parcialmente vacinados (verde claro), mostram que cuba lidera a vacinação nas américas que a Bolívia é o país que menos vacinou sua população. Na Venezuela a falta de vacinas provocou um grande índice de parcialmente vacinados, o que irá possivelmente se modificar pois o país recebeu grande lote de vacinas doadas pela Espanha no último mês.

O Brasil encontra-se em quarto colocado no ranking de vacinação atrás de Cuba, Argentina e Peru. A América do Norte mesmo tendo países ricos e desenvolvidos, como Estados Unidos e Canadá, vacinaram 72% de sua população. Sendo que 63% deste com vacinação completa, ficando atrás de países subdesenvolvidos.

Avançamos muito na vacinação nas Américas, mas precisamos intensificar o processo de imunização coletivo e impedir que influências negativas a essa construção coletiva seja efetivada. A importância de uma consciência coletiva se dá na perspectiva de impedir o adoecimento individual e coletivo. Por isso, faça parte dessa campanha.

Autores:

  • Mariana Marins: Enfermeira, especialista em saúde da família. Mestre em educação pela Universidade Federal Fluminense. Experiência na gestão de unidade básica de saúde no Município do Rio de Janeiro e atualmente Gestora em Saúde no Município de Maricá
  • Rafael Rodrigues Polakiewicz: Doutorando em ciências do cuidado em saúde -UFF, Mestre em ciências do cuidado em saúde – UFF, Especialista em atenção psicossocial

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. Semana de Vacinação nas Américas 2022. Brasília, 2022.
  • OPAS. Organização Pan-Americana de Saúde. OPAS entrega 100 milhões de doses da vacina para América Latina e Caribe por meio do COVAX. Brasília, 2022.
  • Beltrão R. P. L., et.al. Perigo do movimento antivacina: análise epidemio-literária do movimento antivacinação no Brasil. Revista Eletrônica Acervo Saúde, 2020; 12(6), e3088. https://doi.org/10.25248/reas.e3088.2020

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