Taxa de infecção em fraturas expostas de rádio distal no pós-cirúrgico

Estudo buscou determinar como o tempo para o desbridamento e fixação cirúrgica afeta a infecção e a taxa de complicações nas fraturas de radio distal.

As fraturas do rádio distal são extremamente prevalentes, representando até 18% do total na população idosa. Entretanto, as fraturas expostas dessa região não são tão comuns e há pouca evidência sobre o real impacto das fraturas classificadas por Gustillo como tipo 1 (menor que 1 cm) no aparecimento de complicações como infecção de ferida ou osteomielite. Historicamente, pronta administração de antibióticos e cirurgia urgente para irrigação e debridamento são preconizados.

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Quando tratados com desbridamento cirúrgico urgente e fixação, a taxa de infecção nas fraturas expostas tipo I varia de 0% a 4% comparado com 12% a 32% em fraturas abertas do tipo III. Alguns autores sugeriram que as fraturas abertas tipo 1 em qualquer extremidade podem ser tratadas apenas com antibióticos sem desbridamento. Foi sugerido que em fraturas abertas de baixo grau, o próprio desbridamento operacional pode levar ao aumento do trauma de tecidos moles, desnudamento do periósteo e desvascularização óssea.

Taxa de infecção em fraturas expostas de rádio distal no pós-cirúrgico

O estudo

Foi publicado no último mês, na revista Hand, um estudo com o objetivo de determinar como o tempo para o desbridamento e fixação cirúrgica afeta a infecção e a taxa de complicações nas fraturas Gustillo 1 de radio distal comparando pacientes tratados dentro de 24 horas com aqueles tratados com mais de 24 horas após a lesão.

Uma revisão retrospectiva identificou 62 pacientes que sofreram uma fratura de raio distal tipo I tratada cirurgicamente em um hospital de Greenville, Estados Unidos. Os pacientes foram estratificados em grupos com base no tempo da intervenção cirúrgica. Uma análise adicional foi realizada em pacientes com uma fratura de raio distal do tipo I isolado, tratado como paciente hospitalar ou ambulatorial. O desfecho primário analisado foi a taxa de infecção. Os desfechos secundários de resultados foram complicações, reoperações e readmissões.

Trinta e oito pacientes foram submetidos a cirurgia até 24 horas após a lesão. A média foi de 14 horas. Vinte e quatro pacientes foram submetidos a cirurgia acima de 24 horas após a lesão, sendo a média de 72 horas.

Resultados

Houve um total de nove complicações em 8 pacientes (14,5%). A taxa geral de infecção foi de 1,6%, com apenas uma infecção profunda ocorrendo no grupo tratado ≤ 24 horas após a lesão.

Houve sete reoperações (11,3%) e uma readmissão (1,6%). Não foram encontradas diferenças entre os grupos em nenhum resultado medido. Nos 27 pacientes com uma fratura isolada, não houve diferenças em nenhum desfecho de resultado quando tratado como paciente hospitalar ou ambulatorial.

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Conclusão

O estudo sugeriu que as fraturas expostas do raio distal Gustillo tipo I possam ser tratadas com segurança cirurgicamente maior que 24 horas após a lesão, sem aumento do risco de infecção. Um ensaio clínico randomizado traria maior evidência acerca do tema.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Colello MJ, Long E, Zimmerman P, Tanner SL, Faucher G. Infection Rate in Type I Open Distal Radius Fractures Surgically Treated >24 Hours Post-Injury: A Comparison Study. HAND. 2022;0(0). DOI: 10.1177/15589447221131849

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