Tuberculose: a importância do rastreio de contactantes

A tuberculose está entre as dez maiores causas de morte. No mundo, a doença teve uma diminuição de 3% na mortalidade e de 2% na incidência. Porém, no Brasil, essa incidência tem aumentado.

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A tuberculose está entre as dez maiores causas de morte. No mundo, a doença teve uma diminuição de 3% na mortalidade e de 2% na incidência. Porém, no Brasil, essa incidência tem aumentado. No Estado do Rio de Janeiro, os números são ainda mais alarmantes e dados atualizados apontam uma incidência de 92/100 mil. O New England Journal of Medicine publicou esse mês um estudo vietnamita sobre a importância do rastreio de contactantes para o controle global da tuberculose.

Estudo vietnamita

A busca ativa de casos é uma prioridade para o controle global da tuberculose, mas não há evidências de sua  efetividade em configurações de alta prevalência. O estudo buscou avaliar a eficácia da investigação dos contatos domiciliares, em comparação medidas passivas individuais.

Métodos

Foi realizado um ensaio randomizado de clusters em clínicas em 70 distritos em oito províncias do Vietnã. Trabalhadores de saúde em cada clínica distrital ou hospital foram designados para realizar qualquer intervenção de contato doméstico, além da descoberta de caso passivo padrão (grupo de intervenção) ou achado de caso passivo inidvidual (grupo de controle). Nos distritos de intervenção, os contatos familiares dos pacientes com resultados positivos para a tuberculose com baciloscopia positiva foram convidados para avaliação clínica e radiografia de tórax na linha de base e aos 6, 12 e 24 meses. O resultado primário foi a incidência cumulativa de casos de tuberculose entre contatos familiares de pacientes com tuberculose durante um período de 2 anos.

Resultados

Em 70 distritos selecionados, foram inscritos 25.707 contatos familiares de 10.964 pacientes que apresentaram tuberculose pulmonar com baciloscopia positiva. Nos 36 distritos incluídos no grupo de intervenção, 180 de 10.069 contatos foram registrados como tendo tuberculose (1.788 casos por 100.000 habitantes), em comparação com 110 de 15.638 contatos (703 por 100.000) no grupo controle (risco relativo do resultado primário no grupo de intervenção 2,5; Intervalo de confiança de 95% [IC], 2,0 a 3,2; P <0,001); risco relativo de doença com baciloscopia positiva entre os contatos domésticos o grupo de intervenção foi de 6,4 (IC 95%, 4,5 a 9,0; P <0,001).

Conclusão

A investigação do contato domiciliar com a descoberta de casos passivos padrão foi mais efetiva do que os casos passivos encontrados isoladamente para a detecção de tuberculose em região de alta prevalência.

Voltando à realidade carioca…

Este estudo reforça a necessidade da pesquisa de contactantes quando um diagnóstico de tuberculose é fechado. Esta pode ser uma das chaves para o combate eficaz à tuberculose no Rio de Janeiro.

Recentemente, o CREMERJ debateu em uma plenária a situação do Estado e foi ressaltada a importância capacitação de profissionais, com treinamento específico e continuado, um redimensionamento no número de tisiologistas, além garantia de adequada infraestrutura ambulatorial e hospitalar. Foram incentivadas ainda inovações ligadas a novas pesquisas no combate à doença, como os escores de suspeição da tuberculose, os pareceres à distância com base informatizada, a estruturação de indução de escarro e o uso de mensagens eletrônicas para lembretes ao paciente sobre exames, consultas e medicação.

Leia também: ‘Tuberculose – veja o passo-a-passo para fazer o diagnóstico da doença’

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