Uso adequado de curativos para cateteres venosos profundos e periféricos

Confira um resumo de boas práticas relacionadas ao uso adequado de curativos para cateteres venosos profundos e periféricos.

As infecções relacionadas ao uso de dispositivos intravasculares (cateteres) continuam configurando-se como um grande problema nas organizações de saúde, principalmente em unidades de terapia intensiva, pois incrementam os índices de morbimortalidade entre pacientes com quadros agudos de saúde e extremos etários de maior vulnerabilidade (idosos e recém-nascidos).

Entretanto, o uso da terapia intravenosa é fundamental para a garantia da sobrevivência destes pacientes. O uso adequado de curativos pode impedir o deslocamento do dispositivo e prevenir infecções associadas ao seu uso.

Cuidados

Os curativos devem ser diariamente inspecionados quanto à sua integridade, fixação e umidade. Aqueles que estiverem sujos, úmidos ou com bordas descolando, devem ser imediatamente substituídos.

A pele ao redor do curativo também deve ser periodicamente inspecionada em busca de irritações, áreas de abrasão ou fissuras. O enfermeiro deve estar atento às reações cutâneas que podem ocorrer devido ao uso de produtos, antissépticos ou marcas específicas e pensar em estratégias alternativas.

O uso de curativos transparentes (membrana transparente semipermeável) permite a inspeção periódica do óstio de inserção do dispositivo, possibilitando ações imediatas antes mesmo que algum quadro inflamatório ou infeccioso possa se agravar.

Atualmente, têm-se recomendado os fixadores sem sutura e curativos impregnados com clorexidina a fim de garantir maior controle sobre a ocorrência de infecções de corrente sanguínea associadas ao uso de cateteres.

Devemos lembrar que todos os curativos devem ser trocados de forma rigorosa com técnica asséptica.

Adesivos e gaze devem ser estéreis. Mesmo em acessos periféricos, a prática de uso de fitas adesivas não estéreis deve ser abolida, pois aumentam o índice de infecção local e associada ao cateter.

Abaixo segue um resumo de boas práticas relacionadas ao uso adequado de curativos para cateteres venosos profundos e periféricos:

  • Gaze e fita estéreis podem ser usadas, bem como membrana transparente semipermeável estéril;
  • Na presença de sudorese excessiva, saturação com sangue, sujidade visível ou com bordos soltando, o curativo deve ser substituído;
  • Manter curativos sempre datados;
  • Pomadas antimicrobianas devem ser utilizadas apenas em cateteres de diálise;
  • Pacientes com cateter devem evitar tomar banho, a não ser que área do curativo esteja protegida com uma cobertura impermeável;
  • Curativos com gaze e fita devem ser trocados a cada 48 horas;
  • Curativos transparentes devem ser trocados a cada 7 dias, com ressalva para pacientes pediátricos onde deve ser avaliado o risco de deslocamento do dispositivo;
  • Curativos impregnados com clorexidina podem ser utilizados em pacientes acima de 2 meses de idade. Em neonatos, o uso de curativos impregnados com clorexidina ainda é item não resolvido pela falta de estudos e avaliação de risco de absorção do antisséptico.
  • Evitar colocar adesivos em grandes áreas para prevenir irritabilidade na pele ou reações de intolerância;
  • O uso de dispositivos de fixação sem sutura reduz o risco de infecção em cateteres intravasculares e devem ser usados em substituição à sutura.

Autoria:

Adriana Teixeira Reis
Dra e Mestre em Enfermagem. Especialista em Neonatologia, Pediatria e Gestão Hospitalar. Atua atualmente com temas Controle de Infecção e Segurança do Paciente. Docente da UERJ, IFF e convidada em outras instituições. Atua também em consultoria de Controle de Infecção, Qualidade e Segurança do Paciente.

Camila Tenuto
Enfermeira (EEAAC/UFF) • Especialista em Terapia Intensiva Neonatal (IFF/FIOCRUZ) • Especialista em Terapia Intensiva (UNYLEYA) • Discente do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (EEAAC/UFF) • Enfermeira rotina do CTI Geral (HUPE/UERJ).

Priscilla Barboza Paiva
Enfermeira Especialista em Controle de Infecção Hospitalar. Professora da Universidade Estácio de Sá e UFF. Enfermeira CIH do IFF/FIOCRUZ e Hospital Rio Mar Rede D’Or (HRM).

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