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Apresentação Clínica
Anamnese
Sintomas cardinais: Dispneia, tosse e produção de escarro. Pode também apresentar chiado (sibilância) ou aperto no peito. O sintoma mais precoce da doença é a dispneia aos esforços.
Há três cenários clínicos distintos de apresentação da DPOC:
• Pacientes sedentários, assintomáticos ou oligossintomáticos, sem nenhuma queixa sugestiva de DPOC. Involuntariamente, estes pacientes limitam suas atividades e expectativa de desempenho físico, evitando a manifestação de dispneia aos esforços. Desconhecem que sua limitação está relacionada à doença pulmonar;
• Pacientes com quadro crônico clássico de dispneia e tosse produtiva, com diminuição gradual do limiar de dispneia até acometer o paciente em repouso, e aumento gradual da produção de escarro, inicialmente apenas pela manhã.
• Pacientes com episódios de tosse produtiva com escarro purulento, sibilos, fadiga e dispneia intermitente, acompanhados ou não de febre. São pacientes de diagnóstico mais difícil, muitas vezes erroneamente diagnosticados com asma, outras doenças como insuficiência cardíaca e bronquiectasias. Com a progressão da doença, os períodos de crise tornam-se mais frequentes.
História de Exacerbações: Estimar frequência de crises; necessidade de visitas ao serviço de emergência e hospitalizações; e doença associadas (inquirir sobre história de asma), uma vez que estas doenças podem ser de difícil diferenciação e até mesmo se sobreporem.
Fatores de Risco
Tabagismo (principal fator de risco), idade >50 anos. Deve-se quantificar a carga tabágica em maços-ano (número de maços por dia multiplicado por anos de tabagismo). Sempre perguntar idade de começo do tabagismo e idade de fim, pois os pacientes tendem a subestimar o tempo de prática tabágica. Uma história de tabagismo com mais de 40 maços-ano é muito sugestiva para DPOC.
Outros fatores de risco menos comuns: exposição ambiental a poeira, gases, queima de biomassa e substâncias tóxicas; atopia; displasia broncopulmonar; histórico de tuberculose pulmonar; prematuridade; deficiência de alfa-1 antitripsina (suspeitar em pacientes jovens).
Exame Físico
Paciente costuma apresentar-se com exame físico normal no período intercrítico.
Exame do tórax: Presença de enfisema pode ser evidenciada por hiperinsuflação pulmonar, estertores em velcro em bases e diminuição do murmúrio vesicular e da ausculta cardíaca. Prolongamento do tempo expiratório e sibilos evidenciam a presença de obstrução ao fluxo aéreo.
Outros achados: Ortopneia, uso de musculatura acessória durante inspiração, cianose, asterixis por hipercapnia, edema de membros inferiores leve pode ser visto mesmo na ausência de insuficiência cardíaca direita. Manchas amarelas nos dedos, por acúmulo de nicotina e alcatrão, são indicativas de tabagismo pesado.
Cuidado: Baqueteamento digital não é típico do DPOC, devendo sugerir outro diagnóstico ou comorbidades (câncer de pulmão, fibrose pulmonar, bronquiectasias).
Indicativos de doença grave: Peito em barril (aumento do diâmetro ântero-posterior) e diafragma retificado, que aumenta o timpanismo na percussão pulmonar.
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