Hoje falaremos sobre o pruido associado à doença colestática de qualquer etiologia, com informações baseadas no Whitebook Clinical Decision. A fisiopatologia é ainda desconhecida. Diversas hipóteses foram propostas, embora nenhuma seja capaz de explicar isoladamente o sintoma:
- Acúmulo de sais biliares;
- Aumento do tônus opioidérgico;
- Elevação de ácido lisofosfatídico;
- Aumento da atividade de autotaxina.
Apresentação clínica
Anamnese
Prurido localizado ou difuso, de intensidade variável, o qual predomina em palmas das mãos e plantas dos pés, principalmente à noite. A intensidade não guarda correlação com a gravidade da doença hepática. Pode piorar com estresse psicológico e no período pré-menstrual. Nos casos mais graves, pode culminar em ideação suicida e grave prejuízo do sono.
Exame físico
Podem estar presentes escoriações, foliculite, prurigo nodular e liquenificação cutânea. Icterícia pode ou não ser encontrada. Além disso, devem ser avaliados estigmas de doença hepática crônica, como eritema palmar, teleangiectasias, ginecomastia e presença de circulação colateral. Em pacientes com colangite biliar primária, pode-se observar escurecimento da pele.
Abordagem diagnóstica
Laboratório:
- AST;
- ALT;
- FA;
- GGT;
- Bilirrubinas;
- RNI;
- Albumina;
- Ureia;
- Creatinina;
- Cálcio total;
- Colesterol total e frações.
Ultrassonografia de abdome: visa a avaliar a presença de dilatação de vias biliares, presença de colelitíase, neoplasias e sinais de hepatopatia crônica.
Específicos para pesquisa etiológica da doença hepática:
- Antimúsculo liso;
- Anti-LKM1;
- FAN;
- Antimitocôndria;
- IgM;
- HBsAg;
- Anti-HBc IgG;
- Anti-HCV;
- Anti-HAV IgM;
- Ceruloplasmina;
- Ferritina;
- IST;
- Alfa-1-antitripsina;
- ANCA.
Na suspeita de colangite esclerosante primária ou obstrução de vias biliares, está indicada a realização de colangiorressonância magnética. Na persistência de dúvida diagnóstica, CPRE.