No dia 20 de outubro é comemorado o Dia Mundial e Nacional da Osteoporose. Data dedicada à conscientização, prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença que pode ser compreendida como uma patologia sistêmica, progressiva, subdiagnosticada e que se caracteriza pela diminuição da densidade e qualidade do osso o que pode levar a sérias fraturas, ainda que o impacto causador seja baixo. Ademais, a osteoporose pode desencadear dores crônicas e dificuldade de locomoção, podendo comprometer a independência da pessoa e com isso, queda na qualidade de vida.
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Impactos no cotidiano
Há casos em que as dificuldades estabelecidas e as mudanças no dia a dia dos indivíduos podem levar ao quadro de depressão, tendo em vista que a osteoporose repercute sobre questões biopsicossociais. Por isso, pode-se dizer que além do aspecto físico, a doença compromete o cotidiano dos indivíduos, interferindo em sua autonomia e podendo comprometer certas tomadas de decisões. Nesse aspecto, como pode ser observado, a osteoporose atinge questões sociais como o desenvolvimento de atividades laborais, o que pode comprometer as finanças pessoais, ampliando o quadro de vulnerabilidade. Assim, a prevenção e o diagnóstico precoce são importantes para evitar sucessivos agravos na população, na vida daqueles que vivenciam a doença, bem como na de seus familiares e/ou cuidadores.
Quanto aos aspectos epidemiológicos, a população idosa é a mais atingida pela osteoporose, principalmente as mulheres na pós-menopausa devido a diminuição das taxas de estrogênio (hormônio que protege a massa óssea). Estudos apresentados pelo Manual Brasileiro de Osteoporose: Orientações Práticas para os Profissionais de Saúde (2021), apontam que para mulheres acima de 45 anos de idade, a osteoporose ocasiona internação prolongada, superando outras doenças crônicas tais como: diabetes, infarto do miocárdio e câncer de mama.
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O referido manual destaca, na página 21, uma estimativa de que, no Brasil, a osteoporose seja responsável por um custo anual de R$1,2 bilhão. Esse valor valor se subdivide em: “R$ 733,5 milhões são os custos com a perda de produtividade do paciente acometido pela doença, R$ 234 milhões com custos hospitalares, 162,6 milhões com custos cirúrgicos e R$ 31,9 milhões com tratamento medicamento para a osteoporose tratamento medicamento para a osteoporose”.
Levando-se em consideração que o envelhecimento dos indivíduos decorre de um processo fisiológico e que, não só o Brasil, mas como em diversos outros países, nota-se a transição da estrutura etária de sua população evidenciando o aumento do número de idosos, é preciso relacionar diferentes informações para se estabelecer uma política pública efetiva aos idosos.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a expectativa de vida dos brasileiros vem aumentando a cada ano. Nesse sentido, convém analisar de forma crítica, reflexiva e propositiva sobre a possibilidade do aumento de fraturas ocasionadas pela osteoporose. Além disso, destaca-se que as taxas de morbimortalidade são elevadas e o desenvolvimento da doença ocorre de forma silenciosa, ou seja, assintomática por muitos anos e com isso, gera o diagnóstico tardio, que em inúmeros casos ocorre quando a fratura acontece.
O que fazer?
Quanto ao desenvolvimento das práticas assistenciais pelos profissionais de enfermagem, é imperioso conhecer a fisiopatologia da osteoporose, bem como saber que uma vez estabelecida, embora não haja cura para a doença, é possível desenvolver inúmeras atividades para promover mudanças de hábitos e consequentemente aumento da qualidade de vida das pessoas. No bojo de suas atribuições profissionais, o enfermeiro diante de seu arcabouço técnico e científico, dispõe de importantes ferramentas para atuar na promoção à saúde junto à população. Tais profissionais utilizam o Processo de Enfermagem (PE) e a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) para desenvolver suas ações.
Diante de informações importantes, os enfermeiros podem promover orientações sobre: dieta rica em cálcio, manter as taxas de vitamina D dentro do recomendado, prática regular de atividade física, evitar o uso de cigarro e álcool. Além disso, identificar aquelas pessoas que têm fatores de risco: idade acima de 60 anos, histórico familiar, relato de queda frequentes, diabetes, baixo peso, mulheres sem ovários, artrite reumatoide e fraturas anteriores, porque já é comprovado que pessoas com fratura devido ao baixo impacto têm maior risco de sofrerem outros tipos de fraturas.
Referências bibliográficas:
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- Pedro AO, Plaper PG, Szejnfeld VL (org). Manual brasileiro de osteoporose: orientações práticas para os profissionais de saúde. 1ª ed. São Paulo: Editora Clannad, 2021. Acesso em: 09/10/2021. Disponível em: https://www.editoraclannad.com.br/download-manual-brasileiro-de-osteoporose/.
- Santos LKA, Silva MB, Santos PDS, et al. Atuação do Enfermeiro na prevenç~]ao da osteoporose na terceira idade: uma revisão integrativa. Gep News. 2019;2(2):344–349 Disponível em: https://www.seer.ufal.br/index.php/gepnews/article/view/7921.