Os pacientes odontológicos ainda nos dias atuais demonstram grande preocupação e receio em consultas, principalmente por terem medo de sentirem dor durante os procedimentos. O medo de dentistas é uma condição milenar e muitos dos pacientes evitam ao máximo uma consulta dentária, recorrendo ao profissional muitas vezes quando a situação se encontra crítica e caótica e em casos de emergência. E a maior causa de toda esse pânico é em relação a anestesia. Receios relacionados a mitos e até experiências traumáticas anteriores, quando a tecnologia ainda não era tão desenvolvida. Medo da “anestesia odontológica não pegar”, medo de sentir muita dor durante a administração do anestésico, pavor de agulhas e receio de “morrer na cadeira do dentista” são algumas das preocupações mais relatadas.
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Anestesia odontológica
Porém, atualmente com o avanço da tecnologia, a anestesia odontológica se apresenta como uma técnica bastante segura e eficaz, podendo ir desde uma simples anestesia local até uma anestesia geral, em casos por exemplo de pacientes com distúrbios cognitivos e não colaborativos ou em casos extremos de pacientes com pânico.
Atualmente, a anestesia odontológica prima pela segurança e conforto de todos os pacientes e os profissionais da área vêm trabalhando de forma árdua para minimizar todos esses preconceitos, conquistando confiança e melhorando o vínculo entre profissional e cliente. Nesse artigo iremos citar algumas técnicas usadas atualmente durante a prática clínica odontológica para minimizar a sensação de dor durante a anestesia principalmente na população infantil e pacientes com fobia.
Anestesia sem agulha
Os primeiros ejetores por pressão datam de 1958 e estão sendo reintroduzidos na prática odontológica atualmente. O sistema de ejeção consiste na passagem do líquido anestésico sob alta pressão e velocidade pelos orifícios da ponta do ejetor atravessando a mucosa e se depositando no tecido subcutâneo. Esses dispositivos permitem que sejam administrados doses de 0,2 a 0,4 ml da solução anestésica em áreas que variam de cinco milímetros a um centímetro de diâmetro. O procedimento é completamente indolor e é indicado nos pacientes pediátricos e com fobias de agulha.
Anestesia computadorizada
O ato de injetar o anestésico deve ser sempre muito cauteloso, uma vez que o profissional precisa ao mesmo tempo introduzir a agulha muito levemente, injetar lentamente, porém com uma força suficiente no êmbolo que consiga ultrapassar a resistência de tecidos muitas vezes mais duros como a região subperiosteal. A anestesia computadorizada resume-se a um sistema computadorizado capaz de reduzir a dor relacionada a injeção por promover um controle maior do fluxo da administração da solução anestésica, amenizando a punção e regulando a penetração e dosagem do anestésico no tecido de uma forma lenta, precisa e constante.
Óxido nitroso
O uso do óxido nitroso não substitui a anestesia local, mas serve como complementação por retirar o efeito de ansiedade e promover uma certa analgesia ao paciente. É administrado por via respiratória promovendo calma e relaxamento. Promove uma certa depressão a nível cerebral mas sem abolir os reflexos do paciente, sendo portanto considerado uma sedação consciente. Porém seu uso deve ser realizado somente por profissionais treinados e qualificados e o ambiente deve ser equipado com alguma fonte de oxigênio e material de ressuscitação. O óxido nitroso promove uma hipóxia severa e irreversível, caso seja utilizado de forma isolada. Normalmente, as fontes utilizadas nos consultórios odontológicos são preparações mistas de gases.
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Anestésico em fita adesiva
Esse método ainda está sob estudo pela USP de Ribeirão Preto. Consiste em um adesivo anestésico com um formato adequado para a região oral capaz de liberar anestésico na região que a fita está aderida. Estudos demonstraram que possui uma eficácia anestésica com duração de 50 minutos para procedimentos como extração de dente de leite em crianças e raspagem e curetagem dentária em adultos.
Utilização de corrente elétrica
Essa técnica também encontra-se ainda em estudos e corresponde ao uso de uma corrente elétrica promovida por um eletrodo e através da técnica de iontoforese adaptada, promova a penetração da substância anestésica que foi depositada anteriormente sob a mucosa, penetre no tecido.
Conclusão
Pelo grande número de pacientes com traumas e fobias de agulhas e que impedem que estes procurem de forma adequada os serviços odontológicos, os profissionais do meio vêm desenvolvendo técnicas para minimizar o uso de agulhas ou tornar a sua utilização a mais confortável possível, fazendo assim com que os pacientes tornem-se mais incentivados a irem a consultas odontológicas sem a presença do medo e com maior conforto e melhor vínculo entre paciente e equipe facilitando tanto a vida do paciente como a realização segura do procedimento dentário.