A Dermatite atópica ou Eczema atópico é uma doença crônica inflamatória da pele, que pode acometer crianças em todas as idades, desde o nascimento, até adultos, entretanto, na maioria dos casos, as manifestações se iniciam ainda no primeiro ano de vida.
Essa atopia resulta da desregulação imunológica e disfunção da barreira da pele, estando associada a uma predisposição genética do indivíduo. A etiopatogenia é multifatorial, e as manifestações cutâneas podem se iniciar a partir da exposição à fatores ambientais (clima, fumaça, tabaco), alérgicos (sabonetes, detergentes, produtos de limpeza, ovo, leite, trigo), infecções respiratórias, etc.
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É bastante comum a criança ou familiares próximos apresentarem outros tipos de atopias associadas como asma, rinite alérgica e conjuntivite, e/ou dermatite atópica e, dessa forma, é um dado importante para a coleta durante a anamnese de enfermagem.
As manifestações cutâneas podem variar de acordo com a faixa etária da criança, mas podem estar presentes eritemas, pápulas, seropápulas, vesículas, escamas, crostas e liquenificação que é o aumento do espessamento da pele e maior visualização dos sulcos. O prurido é o sintoma mais intenso e responsável por distúrbios do sono e irritabilidade. Além disso, por ser uma condição em que está alterada a barreira de proteção da pele, os pacientes com dermatite atópica possuem maior susceptibilidade para infecções.
Manejo da Dermatite Atópica
O manejo clínico da dermatite atópica é fundamentalmente educação em saúde no que tange aos cuidados com a pele e prevenção de quadros agudos. É extremamente importante que o enfermeiro, durante a consulta de enfermagem, esclareça à criança, pais ou cuidadores sobre os cuidados necessários com a pele e sua hidratação, alívio do prurido, uso de vestimenta, banho, alimentação, hábitos diários e eliminação de fatores que podem exacerbar o quadro.
Orientações de enfermagem para cuidados com a pele:
- Evitar banhos quentes com longa duração. O banho pode ser um momento prazeroso e relaxante, entretanto não deve ultrapassar 10 minutos;
- Orientar que o sabonete seja líquido com pH ácido entre 5,0 e 6,0, ou sindet e deve ser utilizado em poucas quantidades nos minutos finais do banho;
- O banho deve ser com água morna ou fria, evitando água quente;
- Após o banho, secar a criança com toalha macia, sem fricciona-lá sobre a pele;
- Realizar aplicação do hidratante após o banho com a pele ainda úmida, independente se ela apresentar ou não lesão;;
- Orientar uso de roupas de algodão;
- Orientar a não exposição aos fatores desencadeantes;
- Orientar a criança e familiares cuidados para o alívio do prurido, pois coçar a pele aumenta o risco de colonização bacteriana;
- Orientar aplicação de corticosteroide uma vez ao dia, conforme prescrição, longe das hidratações com cremes ou loções.