A Doença de Dupuytren (DD) consiste em contraturas causadas por cordas formadas da fáscia palmar doente. As opções de tratamento incluem excisão cirúrgica, fasciotomia por agulha e injeção de colagenase, porém todas apresentam risco grande de recorrência.
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Trabalhos anteriores demonstraram que a injeção de adalimumabe promoveu o down-regulation da proliferação de miofibroblastos, células efetoras na DD. Entretanto, nenhum estudo até hoje avaliou o custo-benefício dessa utilização nos estágios iniciais da doença. Foi publicado no último mês na revista Bone and Joint Open um estudo com o objetivo de avaliar a custo-efetividade do uso do adalimumabe versus tratamento tradicional para DD.
O estudo
Uma análise de custo-efetividade comparou quatro injeções de adalimumabe contra o tratamento padrão sozinho, em um período de tempo de 12 meses e usando dados prospectivos do questionário EuroQol — cinco dimensões — cinco níveis (EQ-5D-5L) e dados de um ensaio clínico britânico anterior (estudo RIDD).
Resultados
A avaliação econômica descobriu que adalimumabe com tratamento padrão custou 503.410 euros a mais por qualidade ajustada de anos de vida (QALY) ganhas versus tratamento padrão sozinho durante um período de 12 meses.
A estatística sugeriu que, ao longo da vida, cursos repetidos de adalimumabe podem custar 14.593 euros (intervalo de confiança de 95%, com preços de 7.534 euros a 42.698 euros) por QALY ganho versus tratamento padrão sozinho. Se o sistema de saúde britânico estivesse disposto a pagar 20 mil euros/QALY ganho, há uma probabilidade de 77% de que o uso do adalimumabe seja mais custo-efetivo.
Conclusão
É provável que cursos repetidos de adalimumabe sejam custo-efetivos para o tratamento do estágio inicial da Doença de Dupuytren (DD). Ainda se encontram em andamento outros estudos baseados em terapia gênica que possam no futuro reduzir os custos com cirurgia dessa patologia.