Assistência na sala de parto ao neonato de mãe com Covid-19 suspeita ou confirmada

A SBP emitiu recomendações para o atendimento na sala de parto ao recém-nascido cuja mãe apresenta diagnóstico suspeito ou confirmado de Covid-19.

No último dia 25, o Programa de Reanimação Neonatal (PRN) da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) emitiu recomendações para o atendimento na sala de parto ao recém-nascido (RN) cuja mãe apresenta diagnóstico suspeito ou confirmado da doença pelo novo coronavírus (coronavirus disease of 2019 – Covid-19).

Essas recomendações poderão ser atualizadas conforme sejam publicadas novas evidências cientificas. O PRN destaca que é também relevante seguir as instruções da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) de cada instituição.

bebê nascendo por cesariana de mãe com covid-19

Preparo da assistência na Covid-19

A equipe de assistência neonatal deve ser avisada o quanto antes sobre a admissão de mãe com COVID-19 suspeita ou confirmada. A anamnese deve ser detalhada, buscando identificar fatores de risco perinatais associados à possível necessidade de auxílio para a transição respiratória e cardiocirculatória ao nascer ou de reanimação neonatal.

Os primeiros cuidados ao RN devem ser feitos, sempre que possível, em sala separada da mãe. Caso não haja essa possibilidade, deve haver uma distância mínima de 2 metros entre a mãe e a mesa de reanimação do bebê. O material para a reanimação/estabilização deve ser preparado, testado e estar em local de fácil acesso, antes do nascimento. Em caso de necessidade de material extra, a equipe não deve sair da sala. Esse material deve ser entregue por um profissional que esteja do lado de fora.

A equipe deve ser preparada e reduzida, para não aumentar exposição a profissionais de saúde à infecção e nem aumentar a necessidade de uso de equipamentos de proteção individual (EPI). Os profissionais devem higienizar frequentemente as mãos com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica (70%). EPIs necessários: avental descartável e impermeável de mangas longas, luvas de procedimento, óculos de proteção ou protetor facial, gorro, máscara N95 ou PFF-2 (esses materiais são obrigatórios para manipulação de vias aéreas, como aspiração de secreções, intubação traqueal e/ou aplicação de CPAP).

A paramentação deve ser feita em sala adjacente à sala de parto, a equipe deve esperar e entrar na sala de parto somente momentos antes do nascimento. O médico com mais experiência (preferencialmente o pediatra ou o neonatologista), devidamente paramentado, deve estar presente ao nascimento e preparado para realizar os procedimentos de reanimação.

Clampeamento do cordão umbilical

  • RN com idade gestacional (IG) ≥34 semanas, respiração adequada e tônus muscular em flexão ao nascimento: o cordão umbilical deve ser clampeado de 1 a 3 minutos após a extração completa da cavidade uterina. Não posicionar o RN no abdome ou tórax materno nesse período;
  • RN com IG <34 semanas, respirando ou chorando, ativo: esperar 30 a 60 segundos antes de clampear o cordão umbilical. Recomenda-se o clampeamento imediato se a circulação placentária não estiver intacta (descolamento prematuro de placenta, placenta prévia ou rotura ou prolapso ou nó verdadeiro de cordão) ou se o RN não inicia a respiração ou não mostra tônus muscular em flexão.

Assistência ao RN com boa vitalidade ao nascer

  • RN com boa vitalidade: IG ≥34 semanas, respirando ou chorando e com tônus muscular em flexão. NÃO fazer contato pele-a-pele entre RN e mãe. Após clampear o cordão, o RN é levado à mesa de reanimação em campos aquecidos para os procedimentos de rotina do serviço;
  • RN <34 semanas: levar à mesa de reanimação em campos aquecidos e posicionar sob fonte de calor radiante, envolver em saco plástico transparente e colocar a touca dupla;
  • Decidir o melhor lugar para internar o RN após o cuidado inicial e antes da admissão no alojamento conjunto ou na unidade neonatal vai depender das condições de cada maternidade. O RN não deve ficar em contato pele-a-pele com a mãe. Portanto, pode ser necessário mantê-lo em incubadora até transferi-lo para a unidade neonatal ou até que mãe e RN sejam levados para o alojamento conjunto;
  • Banho na primeira hora de vida: a indicação deve ser individualizada segundo as condições de cada instituição.

Veja mais:

Assistência ao RN que necessita de procedimentos de estabilização/reanimação neonatal

Segue as diretrizes do PRN da SBP de 2016 (detalhadas nessas diretrizes e no Manual de Reanimação Neonatal da American Academy of Pediatrics de 2018), enfatizando a necessidade do uso de EPIs.

Transporte do RN para alojamento conjunto ou unidade neonatal

O transporte do RN para qualquer lugar do hospital deve ser feito em incubadora de transporte própria, cuja limpeza deve ser realizada após cada uso.

Referências bibliográficas:

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.