A síndrome metabólica é um problema de saúde global, com um aumento na incidência nos últimos anos, um dado alarmante é o aumento de 7% para 45% da prevalência nas mulheres, principalmente nas pacientes pós-menopausa. Com o envelhecimento populacional, estudos que avaliam medidas para melhorar a saúde de pacientes na pós-menopausa são de extrema importância.
Novo estudo
Em junho de 2023 foi publicado, no Journal of Clinical Medicine, um artigo com o objetivo de avaliar a relação entre a menopausa, a terapia hormonal pós-menopausa e a síndrome metabólica.
Métodos
O artigo é um estudo transversal, no qual os pesquisadores incluíram mulheres de 30 a 70 anos com informações suficientes sobre o status da menopausa do Taiwan Biobank. Os autores recrutaram 17.460 mulheres.
Resultados
O grupo da pós-menopausa teve maior prevalência de síndrome metabólica (30% vs. 14%) e chances 1,17 vezes maiores (OR) do que o grupo na pré-menopausa (intervalo de confiança de 95% [IC] = 1,02 a 1,33). Quanto aos tipos de menopausa, a menopausa cirúrgica foi mais associada à síndrome metabólica (OR = 1,40; IC 95% = 1,20 a 1,63); já a menopausa natural não foi associada à síndrome metabólica. Curiosamente, a terapia hormonal pós-menopausa foi associada a um menor risco de distúrbios metabólicos.
Considerações
A síndrome climatérica e a pós-menopausa é uma época da vida da mulher moderna na qual ela se mantém ativa e produtiva. Contudo, o metabolismo começa a não responder na mesma sintonia, devido a alterações causadas pela queda do estrogênio. Nesse período, é de suma importância orientações em relação aos hábitos de vida saudáveis, possíveis comorbidades e como preveni-las. Uma delas é a síndrome metabólica.
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Conclusão e mensagem prática
Apesar de a terapia de reposição hormonal (TRH), não ser prescrita com o objetivo de evitar a síndrome metabólica, seu uso diminui o risco do surgimento de doenças metabólicas. Além disso, no artigo discutido hoje, fica claro que a menopausa cirúrgica aumenta o risco de síndrome metabólica, quando comparada com a menopausa fisiológica. Desse modo, devemos evitar realizar ooforectomia bilateral quando não for extremamente necessário, pois pode aumentar o risco cardiovascular da paciente. Lembrando que as diretrizes hoje, orientam realizar as cirurgias de acordo com as necessidades individuais de cada paciente.