Atomoxetina: medicamento não estimulante para TDAH chega ao Brasil

O grande chamariz da atomoxetina é a ausência de potencial de abuso, explicada porque a medicação não aumenta a dopamina no sistema límbico.

Atomoxetina é uma medicação não estimulante que aumenta a noradrenalina nas sinapses ao se ligar ao transportador de noradranalina, sendo considerada uma medicação inibidora da recaptação de noradrenalina. Ela também aumenta a dopamina no córtex pré-frontal, uma vez que nessa região a noradrenalina é responsável pela regulação dos receptores de dopamina.  

 Saiba mais: Como diagnosticar TDAH em adultos?

Atomoxetina: medicamento não estimulante para TDAH chega ao Brasil

Atomoxetina: medicamento não estimulante para TDAH chega ao Brasil

Comercialização no Brasil e formulações liberadas 

A despeito de há décadas estar aprovada para o uso em TDAH inúmeros países, incluindo Estados Unidos e países europeus, só em julho de 2023 a atomoxetina foi aprovada para comercialização no Brasil. Está liberada a comercialização das formulações de 10, 18, 25, 40, 60, 80 e 100 mg. 

O grande chamariz da atomoxetina é a ausência de potencial de abuso, explicada porque a medicação não aumenta a dopamina no sistema límbico e o uso em situações em que o uso de estimulantes está contraindicado. Assim, as recomendações de uso para atomoxetina são em pacientes que não obtiveram boa resposta com ou possuem comorbidades que contraindicam o uso de estimulantes. Comparações indiretas de tamanho de efeito em ensaios clínicos sugerem, no entanto, que os estimulantes são mais eficazes. 

Usualmente se inicia a medicação na dose de 40 mg por dia, aumentando para 80 mg por dia pela manhã ou em doses dividida depois de quatro a sete dias se a medicação for bem tolerada. Após quatro semanas de uso, caso o efeito clínico não tenha sido suficiente, a medicação pode ser aumentada até a dose máxima de 100 mg por dia. 

A medicação é metabolizada pelo citocromo P450 2D6, razão pela qual alguns inibidores seletivos de recaptação de serotonina podem aumentar seus níveis. 

 Leia também: Abordagem multimodal no tratamento do TDAH

Efeitos colaterais 

Os efeitos colaterais mais observados são boca seca, insônia, náusea, diminuição do apetite, constipação, diminuição da libido, disfunção erétil, hesitação urinária, tontura e sudorese. Em crianças e adolescentes observa-se um risco aumentado de suicídio durante o tratamento com atomoxetina.  

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Groom MJ, Cortese S. Current Pharmacological Treatments for ADHD. Curr Top Behav Neurosci. 2022;57:19-50.   DOI: 10.1007/7854_2022_330
  • Mechler K, Banaschewski T, Hohmann S, Häge A. Evidence-based pharmacological treatment options for ADHD in children and adolescents. Pharmacol Ther. 2022 Feb;230:107940. 
  • Stephen M. Stahl. Stahl’s Essential Psychopharmacology: Prescriber’s Guide. Seventh edition. Cambridge: Cambridge University Press, 2020.