Cafeína na infância: cuidados e recomendações

Em novembro de 2022, a SBP publicou uma nota de alerta sobre o consumo de cafeína entre crianças e adolescentes.

Essa nota da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) surgiu a partir de uma discussão clínica que ocorreu no evento National Conference & Exhibition da American Academy of Pediatrics (AAP).

A nota ganhou repercussão no Brasil através dos relatos de casos de pacientes que chegaram ao departamento de emergência com quadro de taquicardia e arritmia sem etiologia definida. Após avaliação da história clínica detalhada, foi encontrada uma relação causal com o consumo de refrigerantes a base de cola, cafés e chá, ou seja, produtos que continham cafeína.

Diversas são as implicações do consumo de cafeína na infância. Ela atua como antagonista dos receptores de adenosina, potencializando a neurotransmissão dopaminérgica e estimulando o sistema nervoso central e periférico. Seus efeitos agudos são o revigoramento, com redução do sono e fadiga, podendo ainda produzir sensações de bem-estar, melhora da concentração e do estado de alerta.

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Porém, uma das maiores preocupações são os distúrbios relacionados ao sono, nervosismo, confusão mental e incapacidade de concentração como já evidenciaram estudos em crianças em idade escolar. Já em doses mais altas (> 1.000 mg/dia de cafeína), como relatado por Richards e colaboradores, há uma associação com alterações psíquicas como ansiedade e depressão.

Cafeína na infância cuidados e recomendações

Afinal, qual a recomendação da AAP?

A AAP orienta que não haja consumo de café ou outros produtos que contenham cafeína (chá preto, chá branco, refrigerante do tipo cola, guaraná, bebidas esportivas isotônicas) por crianças menores de 12 anos, e limita que adolescentes entre 12 e 18 anos ingiram menos de 100 mg por dia, equivalente a uma xícara de café.

Apesar da ausência de um protocolo mundial  uniforme, a nota de alerta emitida pela SBP traz como chave central da discussão os potenciais riscos para o desenvolvimento neurocognitivo, as possíveis alterações cardiovasculares, o risco de dependência e intoxicação relacionados ao consumo da cafeína.

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Nesse contexto, cabe orientar as diversas alternativas saudáveis possíveis de substituírem alimentos que contenham cafeína nas refeições das crianças e adolescentes.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Richards G, Smith A. Caffeine consumption and self-assessed stress, anxiety, and depression in secondary school children. J Psychopharmacol. 2015 Dec;29(12):1236-47.
  • Cafeína: Cuidado com as crianças - Nota de alerta - Sociedade Brasileira de Pediatria. Acessado em 16/11/2022: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/23771c-NA_Cafeina_cuidado_com_as_Crc.pdf
  • Richards G, Smith A. Caffeine consumption and self-assessed stress, anxiety, and depression in secondary school children. J Psychopharmacol. 2015 Dec;29(12):1236-47.
  • Soós R, Gyebrovszki Á, Tóth Á, Jeges S, Wilhelm M. Effects of Caffeine and Caffeinated Beverages in Children, Adolescents and Young Adults: Short Review. Int J Environ Res Public Health. 2021 Nov 25;18(23):12389.

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