Câncer de pulmão: uso de IECA aumenta risco da neoplasia?

O câncer de pulmão é uma das neoplasias malignas mais comuns e os casos aumentam um média de 2% ao ano ao redor do mundo.

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O câncer de pulmão é uma das neoplasias malignas mais comuns e os incidentes aumentam em média 2% por ano ao redor do mundo. De acordo com estimativas do Instituto Nacional do Câncer (INCA), até o final de 2018 ocorrerão 31.270 novos casos e mortalidade de aproximadamente 24.490 pessoas. Em 90% dos diagnósticos, o câncer de pulmão está associado ao tabagismo.

doença hepática

Anti-hipertensivos x câncer de pulmão

O uso de inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECAs) foi recentemente ligado a maior risco de desenvolver câncer de pulmão, quando comparado ao uso de bloqueadores dos receptores de angiotensina (BRAs), medicamentos de indicação semelhante que atuam em pontos distintos do sistema renina-angiotensina-aldosterona.

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Um estudo observacional de coorte realizado no Reino Unido entre 1995 e 2015, e publicado em outubro na The BMJ, analisou os dois tipos de fármacos a fim de determinar qual deles oferecia maior risco para o desenvolvimento do câncer de pulmão. A pesquisa selecionou 992.061 participantes tratados com anti-hipertensivos e os acompanhou por um tempo médio de 6,4 anos.

Resultados

Ao final do levantamento, foram identificados 7.952 incidentes da doença (a taxa de incidência foi de 1,3 casos em cada 1.000 habitantes por ano), ou seja, em 0,8% da população analisada. O uso de IECA no tratamento da hipertensão foi relacionado com maior risco de desenvolvimento do câncer de pulmão em relação aos fármacos BRA (taxa de incidência 1,6 vs 1,2 por 1.000 habitantes por ano; HR 1,14; IC 95% [1,01-1,29]).

Entretanto, essa relação foi observada apenas após cinco anos de uso do inibidor da enzima de conversão da angiotensina (HR 1,22; IC 95% [1,06-1,40]), em seguida aumentou com o decorrer do tempo e se acentuou depois de mais de 10 anos (HR 1,31; IC 95% [1,08-1,59]).

Autores postulam que o uso de IECA provoca o acúmulo de bradicinina nos pulmões, o que provocaria um estímulo direto ao desenvolvimento do câncer de pulmão.

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*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED

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