Para o tratamento da gravidez ectópica tubária podemos utilizar metotrexato ou realizar cirurgia. Sendo que 30% das pacientes que utilizam metotrexato apresentam falha terapêutica.
Em fevereiro de 2023 foi publicado um artigo na revista Lancet com o objetivo de comparar a eficácia do tratamento conservador para gravidez ectópica tubária utilizando metotrexato e gefitinibe versus o uso de metotrexato apenas.
Métodos da análise
Os pesquisadores realizaram um estudo multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo em 50 hospitais do Reino Unido. As participantes diagnosticadas com gravidez ectópica tubária receberam uma dose única de metotrexato intramuscular (50 mg/m²) e randomizado (proporção de 1:1) para sete dias de gefitinibe oral adicional (250 mg por dia) ou placebo.
Entre 2 de novembro de 2016 e 6 de outubro de 2021, os autores selecionaram 328 participantes para o tratamento conservador. Sendo que a intervenção cirúrgica ocorreu em 50 (30%) de 165 participantes no grupo gefitinibe e em 47 (29%) de 160 participantes no grupo placebo.
Resultados
Sem intervenção cirúrgica, o tempo médio de resolução foi de 28,0 dias no grupo gefitinibe e 28,0 dias no grupo placebo. Já os eventos adversos graves ocorreram em cinco (3%) de 165 participantes no grupo de gefitinibe e em seis (4%) de 162 participantes no grupo de placebo. Eventos adversos como diarreia e erupção cutânea foram mais comuns no grupo gefitinibe.
Conclusão e mensagem prática
Os autores concluíram que, a adição de gefitinibe oral ao metotrexato parenteral em pacientes elegíveis para o tratamento conservador de gravidez tubária, não oferece benefício clínico em relação ao metotrexato isolado, além de aumentar as reações adversas menores e o custo do tratamento.