Como agir num caso de um evento com múltiplas vítimas?

Desastres naturais, em consequência ou não da ação humana, acidentes em ambientes e acidentes automobilísticos são as principais causas de incidentes com múltiplas vítimas. O Ministério da Saúde define como acidentes com múltiplas vítimas aqueles acidentes que envolvam cinco ou mais vítimas. É um cenário especialmente importante de ser avaliado pois geralmente esses incidentes levam …

Desastres naturais, em consequência ou não da ação humana, acidentes em ambientes e acidentes automobilísticos são as principais causas de incidentes com múltiplas vítimas. O Ministério da Saúde define como acidentes com múltiplas vítimas aqueles acidentes que envolvam cinco ou mais vítimas.

É um cenário especialmente importante de ser avaliado pois geralmente esses incidentes levam à um colapso da cadeia de atendimento, desde o atendimento pré-hospitalar, transporte até a unidade que receberá esse paciente.

Ao considerar que um incidente com múltiplas vítimas pode gerar uma demanda de atendimento superior à capacidade, foram criados os protocolos de triagem de incidentes, de modo a priorizar o atendimento dos pacientes que são viáveis e mais necessitam de atendimento. Entre os protocolos de triagem mais utilizados no mundo, está o protocolo START.

Desastres naturais e não naturais: ações de enfermagem na atenção primária à saúde

múltiplas vítimas

Protocolo START

START é a sigla para Simple Triage and Rapid Treatment (triagem simples e tratamento simplificado), que classifica a vítima em quatro cores:

  • Vermelho: vítimas graves porém com chances de sobreviver se receberem tratamento rápido.
  • Amarelo: vítimas que podem aguardar até 1 hora para receberem tratamento.
  • Verde: vítimas com ferimentos leves, com capacidade de deambulação preservada e que podem até ajudar no manejo de outras vítimas
  • Preto (ou cinza): vítimas em parada cardiorrespiratória. Inviáveis.

Como realizar a classificação?

Avaliando quatro critérios: capacidade de deambulação, respiração (após abertura de vias aéreas), pulso e nível de consciência.

  • Deambula? Se sim, classificar como verde Se não, seguir para as próximas etapas
  • Respira após abertura de vias aéreas? Se não, classificar como preto. Se FR > 30 irpm, classificar como vermelho. Se FR < 30 irpm, continuar para a próxima etapa
  • Pulso e enchimento capilar: se enchimento capilar > dois segundos ou pulso radial ausente, classificar como vermelho. Se enchimento capilar ≤ dois segundos ou pulso radial presente, seguir para a próxima avaliação.
  • Nível de consciência: Se inconsciente ou incapaz de responder a perguntas simples, classificar como vermelho. Se capaz de responder e realizar perguntas e comandos simples, classificar como amarelo.

As vítimas classificadas como vermelho devem ser as primeiras a serem atendidas e removidas a seguir atender e remover as vítimas classificadas como amarelo. As vítimas classificadas como preto, devem receber atendimento apenas depois que as demandas dos grupos vermelho e amarelo terem sido atendidas, pois necessitarão de intervenções que demandam mais tempo e tem menor chance de sobrevida.

Leia também: Ministério da Saúde lança projeto para fortalecer atendimento em situações de urgência, emergência e catástrofes

Vale destacar que a classificação é dinâmica, ao longo do atendimento uma vítima pode variar de um grupo para o outro.

Referências bibliográficas:

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