A conscientização sobre o transtorno do espectro do autismo (ASD) cresceu exponencialmente nos últimos anos, refletindo um aumento na compreensão das pessoas de que, mesmo no final da vida, um diagnóstico de autismo pode oferecer grandes benefícios e alívio.
Adultos com autismo podem ter um histórico de retardos na comunicação ou habilidades de movimento, habilidades cognitivas ou de aprendizagem atrasadas, hábitos alimentares ou de sono incomuns, desregulação emocional, ansiedade, estresse ou medo.
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Uma ferramenta que pode auxiliar nesta detecção é o teste online de TEA. Desenvolvidos por cientistas há algumas décadas e aplicados em pessoas com diagnóstico de TEA, alguns questionários podem ajudar a identificar comportamentos restritos e repetitivos comuns em pessoas no espectro.
Opinião de profissionais
O teste online mais recomendado pelos especialistas é o de Quociente do Espectro Autista (Teste de QA) desenvolvido pelo psicólogo Simon Baron-Cohen e seus colegas do Centro de Pesquisa em Autismo da Universidade de Cambridge, que mede a extensão dos traços autistas em adultos. A ferramenta também é conhecida como “teste do autismo leve” ou teste da síndrome de Asperger.
A escala QA é composta por 50 perguntas que mensuram diferentes comportamentos, crenças ou experiências típicas de indivíduos com espectro autista. As pessoas que assinalaram “concordo totalmente” em 32 ou mais perguntas são consideradas com traços de autismo. O teste está disponível tanto online quanto no apêndice do livro “Cérebro Autista”, da Ph.D em zootecnia e autista Temple Grandin.
“Esse teste vai tentar caracterizar padrões ligados à sistematização, à sensibilidade sensorial e dificuldades de sociabilização. Ele é bem interessante que, inclusive, usamos nas avaliações neuropsicológicas, porém é um teste também que apresenta perguntas difíceis de uma pessoa leiga entender e muitas vezes ela pode responder não exatamente aquilo que ela está sentindo como uma escolha inicial dela ou uma tendência inicial dela e ela acaba escolhendo o que ela consegue fazer dentro do comportamento dela. Ou seja, para uma pessoa com o espectro seria equivalente dizer que ela responde apenas a “camuflagem” dela. Por exemplo: um indivíduo tem dificuldade de trabalhar em grupo e prefere trabalhar sozinho, mas diz que gosta de trabalhar em grupo para não ser vista negativamente pela sociedade, sendo julgada por conta disso”, explicou o médico psiquiatra Alexandre Valverde, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.
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Entretanto, é fundamental frisar que esse teste é apenas uma autoavaliação inicial e não um diagnóstico de autismo, independente da pontuação. É muito importante que as pessoas saibam que essa é apenas uma pequena parte de um processo de avaliação mais abrangente. Vale ressaltar ainda que nenhum teste único pode diagnosticar definitivamente o TEA.
“Trata-se apenas de um teste de rastreamento, um reconhecimento dentro da população em geral das pessoas que apresentam uma maior chance de possuir a condição. E com essa pontuação elevada, a pessoa tem um incentivo maior de procurar ajuda especializada para se certificar e realizar um diagnóstico com um profissional da área”, concluiu Alexandre Valverde.
Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.
25 mar. 2024 
4 min. 
