Consumo materno de ultraprocessados e risco de sobrepeso ou obesidade da prole

Artigo avaliou os impactos de alimentos ultraprocessados ​​durante a perigestação, gestação e período de criação dos filhos.

A obesidade infantil é um problema de saúde pública por trazer risco de diversas doenças tanto na infância, quanto na vida adulta. Sendo assim, estudos que mostram maneiras de identificar riscos de obesidade infantil e maneiras de preveni-la são de suma importância nos dias atuais.

Leia também: Risco de obesidade é 48% maior em adolescentes que comem alimentos ultraprocessados, indica estudo

Consumo materno de ultraprocessados e risco de sobrepeso ou obesidade da prole

Análise recente sobre ultraprocessados

Em agosto de 2022 foi publicado um artigo com o resultado de três estudos prospectivos de coorte no The BMJ, com o objetivo de avaliar se a ingestão materna de alimentos ultraprocessados ​​durante a perigestação, gestação e período de criação dos filhos está associada ao risco de sobrepeso ou obesidade da prole na infância e adolescência.

Foram selecionados pelos pesquisadores, 19.958 pares mãe-filho (45% meninos, com idades entre 7-17 anos no início do estudo) com uma mediana de acompanhamento de 4 anos (intervalo interquartil 2-5 anos) até os 18 anos ou o início do sobrepeso ou obesidade, incluindo um subamostra de 2.925 pares mãe-filho com informações sobre a dieta perigestacional.

Os resultados encontrados pelos autores foram os seguintes: 2.471 (12,4%) descendentes desenvolveram sobrepeso ou obesidade na coorte analítica completa. Após ajuste para fatores de risco maternos estabelecidos e ingestão de alimentos ultraprocessados ​​da prole, atividade física e tempo sedentário, o consumo materno de alimentos ultraprocessados ​​durante o período de criação dos filhos foi associado ao sobrepeso ou obesidade na prole, com risco 26% maior em o grupo com maior consumo materno de alimentos ultraprocessados versus o grupo de menor consumo. Na subamostra com informações sobre dieta perigestacional, embora as taxas fossem maiores, a ingestão de alimentos ultraprocessados ​​na perigestação não foi significativamente associada a um risco aumentado de sobrepeso ou obesidade na prole. Essas associações não foram modificadas por idade, sexo, peso ao nascer e idade gestacional da prole ou peso corporal materno.

Saiba mais: Consequências da obesidade na gestação

Achados e conclusão

De acordo com os autores, o consumo materno de alimentos ultraprocessados ​​durante o período de criação dos filhos foi associado a um risco aumentado de sobrepeso ou obesidade na prole, independente dos fatores de risco do estilo de vida materno e da prole. Contudo, mais estudos são necessários para confirmar os achados descritos pelos pesquisadores e entender os mecanismos biológicos subjacentes e os determinantes ambientais. Porém, esses dados já são importantes para apoiar a importância de refinar as recomendações dietéticas e o desenvolvimento de programas para melhorar a nutrição de mulheres em idade reprodutiva com o objetivo de promover a saúde da prole.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.
Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Wang Y, Wang K, Du M, Khandpur N, Rossato S L, Lo C et al. Maternal consumption of ultra-processed foods and subsequent risk of offspring overweight or obesity: results from three prospective cohort studies BMJ. 2022;379:e071767. DOI: 10.1136/bmj-2022-071767