Com a chegada do verão e a epidemia recorde de dengue nas Américas, é fundamental alertar a população sobre a importância de adoção de medidas preventivas eficazes contra a enfermidade, conforme um recente comunicado da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
Em razão deste aviso da entidade internacional, a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) enfatiza a relevância dos cuidados preventivos mais eficazes para os pacientes cardiopatas, cujo quadro pode agravar-se, caso contraiam a dengue.
“O risco maior refere-se aos portadores de doenças coronarianas, fibrilação atrial e próteses valvares, tratadas com o ácido acetilsalicílico, de outros antiagregantes e anticoagulantes”, explica o presidente da Socesp, José Francisco Kerr Saraiva.
É fundamental alertar a população que todos os medicamentos citados acima são contraindicados em casos de dengue, pois ampliam o risco de hemorragias potencialmente presentes nesta enfermidade. Desta maneira, a combinação da dengue com esses remédios eleva de maneira expressiva a possibilidade de sangramentos.
Em caso de confirmação da enfermidade, o médico infectologista deverá trabalhar em conjunto com o cardiologista, buscando a melhor opção de tratamento para cada paciente.
A indicação do ácido acetilsalicílico para o controle de algumas doenças cardiovasculares tem o propósito de afinar o sangue, evitando assim a formação de coágulos.
A recomendação do Ministério da Saúde em casos de dengue é de suspender o uso de medicamentos com essas substâncias, que agravam o potencial de hemorragias da moléstia.
“Por isso, é muito importante alertar a população sobre esses riscos e a necessidade de buscar ajuda médica imediata, para que se equilibre o paciente cardíaco durante o acometimento da dengue”, ressalta o presidente da Socesp.
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Dengue nas Américas
A dengue nas Américas atingiu o maior número de casos já registrados, com mais de 2,7 milhões, incluindo 22.127 graves e 1.206 óbitos notificados até o final de outubro deste ano, conforme nova atualização epidemiológica da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).
A maior epidemia anterior havia ocorrido em 2015. Os 2.733.635 casos de 2019 são 13% superiores aos ocorridos naquele ano. Porém, a taxa de letalidade foi 26% menor este ano em comparação com 2015.
O Brasil teve o maior contingente de casos em números absolutos, com 2.070.170 notificações. Nesse critério, o Brasil é o quinto com a maior taxa de incidência nas Américas, com 711,2 casos por 100 mil habitantes.
Devido à epidemia, a OPAS recomenda que as autoridades médicas e os governantes fortaleçam a vigilância de doenças, assim como o controle do Aedes aegypti, envolvendo comunidades em atividades de prevenção e controle.
*Esse artigo foi revisado pela equipe médica da PEBMED
Referências bibliográficas:
- http://socesp.org.br/sala-de-imprensa/press-releases/conheca-alguns-riscos-da-automedicacao-e-do-uso-indiscriminado-de-remedios/
- https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=6059:dengue-nas-americas-atinge-o-maior-numero-de-casos-ja-registrado&Itemid=812
- https://nacoesunidas.org/dengue-nas-americas-atinge-o-maior-numero-de-casos-ja-registrados/