Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia

No Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, apresentamos procedimentos e cuidados que devemos ter com os pacientes dessa doença.

A epilepsia é uma doença cerebral crônica e é importante compreender que a doença é causada por diversas etiologias, sendo caracterizada por episódios de crises epiléticas, com diversas consequências, alterando funções cognitiva, neurobiológica, psíquicas e sociais e a qualidade de vida. Sua prevalência é em torno de 0,5% a 1,0% da população. No entanto, não são todos os pacientes que vivenciam a doença de modo refratário, ou seja, sem remissão por causa dos diversos tratamentos existentes.

Podem ser geneticamente determinadas, sendo idiopáticas, ou seja, sem lesão estrutural ou sintomática com lesão estrutural, ainda pode ser criptogênica, quando há sintomas, mas não há lesão estrutural ao exame de imagem. As alterações de consciência são um problema e acontecem geralmente junto a crise de ausência, crises tônicas-musculares, entre outros sintomas.

No Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia, apresentamos procedimentos e cuidados

A epilepsia

O Dia Mundial de Conscientização da Epilepsia nos atenta ao fato da necessidade de discussões sobre os problemas enfrentados por pessoas que possuem a doença. Assim como revela Hopker (2016), que aponta que a epilepsia enfrenta problemas diversos, que vão para além de limitações decorrentes dos fatores orgânicos, mas possuem grave estigma social, preconceito e podem desenvolver problemas, como o isolamento social, escolar e profissional. Isso acontece e pode ser explicado pelo estigma histórico da doença. Costa et. al. (2020) nos esclarece que desde o início da humanidade se convive com a epilepsia, havendo relatos do fenômeno. O termo de definição foi atribuído ao significado de ser tomado, atacado ou possuído.

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A crise é o maior problema encontrado pelas pessoas que possuem epilepsia, pois os fatores da doença interferem diretamente no processo de saúde-doença dos indivíduos, o que provoca complicações à vida, gerando outros transtornos como depressão, ansiedade e problemas de relacionamento interpessoal, amoroso, escolar.

Além disso, gera vulnerabilidade na relação com o trabalho. Por esse motivo, se faz necessário o conhecimento sobre o assunto. Particularidades sobre a epilepsia são necessárias a todos os profissionais de saúde, uma vez que esse usuário pode vir a usar todos os dispositivos da rede e pequenas intervenções podem ser cuidados essenciais para essas pessoas.

Um conhecimento importante sobre a epilepsia é quanto a crise epilética acontece. Primeiro temos que diferenciar. Se for uma crise generalizada você irá perceber grandes abalos musculares, movimentos convulsivos. Caso seja uma crise ligeira, não teremos queda abrupta e movimentos convulsivos, mas sim um período de convulsão e comportamento irregulares. A diferenciação pode alterar os procedimentos a serem realizados. Desta forma, vamos compreender as possíveis intervenções:

Crise convulsiva “ligeira”

    • Observar os comportamentos irregulares;
    • Observar confusão mental;
    • Identifique a desorientação alopsíquica e autopsíquica;
    • Proteja a pessoa de eventual perigo durante a crise;
    • Dar apoio até a recuperação completa da consciência.

Crise convulsiva generalizada

    • Observe os abalos musculares generalizados;
    • Identifique reação inicial como, por exemplo, quedas bruscas;
    • Mantenha a calma e controle a duração da crise;
    • Proteja a cabeça da pessoa com toalha ou pano, pois é possível
    • que a pessoa faça movimento involuntário com a cabeça;
    • Quando as convulsões terminarem coloque a pessoa em posição
    • lateral;
    • Permaneça na proteção da pessoa até que está recupere a
    • consciência e respire normalmente;
    • Se a crise durar mais de 5 minutos faça a remoção para unidade
    • de maior complexidade.

Encaminhar para unidade de maior complexidade:

    • Havendo dúvida em identificar a crise;
    • Sendo o primeiro episódio;
    • Quando a crise for mais prolongada que o habitual;
    • Quando tempo da crise ultrapassa 5 minutos, sendo normal crises de
    • 2 a 3 minutos;
    • Quando a crise gerar ferimentos por queda;
    • Se não retomar a respiração normal no final da crise.

O que NÃO devemos fazer?

    • Não introduza objetos na cavidade oral;
    • Não puxe a língua (teorias de que a pessoa pode enrolar a língua e asfixiar não possuem fundamentação científica);
    • Não tente fazer a pessoa ficar quieta, pois a crise terá seu tempo, independente da vontade de terceiros;
    • Não lhe dê o que beber ou comer.

O impedimento das crises depende de seguir o tratamento. No geral o tratamento farmacológico possui poucas doses diárias de anticonvulsivantes. O tratamento pode ser realizado pela atenção básica de saúde e o medicamento é fornecido pelo ministério da saúde, mas é necessário o acompanhamento regular da pessoa que sofre com a epilepsia. Hopker (2016), pode nos esclarecer que: “estudos que analisam preconceitos e estigmas relacionados à epilepsia apontam que a imprevisibilidade da crise e a perda de controle que ela acarreta, tendem a expor PCEs a situações desconfortáveis”. Importante esclarecer que quanto maior o conhecimento sobre a doença, mais fácil os possíveis cuidados em relação ela e as crises.

A maioria das pessoas com epilepsia pode levar uma vida normal, trabalhar, estudar, se relacionar. Muito do que se fala da epilepsia não é científico ou real. A equipe de saúde deve estar apta a orientar a comunidade sobre esse contexto, uma vez que, apesar do conhecimento, a pessoa com epilepsia sofre com estigmas diversos, o que traz graves consequências para o cotidiano dessas pessoas, principalmente àqueles que possuem crises mais graves e com maior frequência. Por isso, é importante quebrar paradigmas e levar esse conhecimento até a sociedade.

Referências bibliográficas:

  • COSTA LLO, et al. Atualização em epilepsia: revisão de literatura. Rev Med (São Paulo) n.99, vol.2, pág 170-81, 2020.
  • HOPKER, C. D. C. et. al. A pessoa com epilepsia: percepções acerca da doença e implicações na qualidade de vida. CoDAS, vol. 29, n1, 2017.
  • Nicole-Carvalho V et al. Conduta no primeiro episódio de crise convulsiva. Jornal de Pediatria – Vol. 78, Supl.1, 2002.

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