Dia Nacional da Doença de Parkinson

A Doença de Parkinson, uma doença crônica não transmissível, caracterizada pela degeneração prematura dos neurônios do SNC.

Com o envelhecimento da população, as mudanças epidemiológicas e a prevalência das doenças crônicas não transmissíveis, observa-se cada vez mais a necessidade dos profissionais enfermeiros estarem capacitados e habilitados para atuar na prática clínica, primando por uma assistência integral e de qualidade no sistema público de saúde.

Dia Nacional da Doença de Parkinson

Parkinson

A Doença de Parkinson, uma das doenças crônicas não transmissíveis, é caracterizada pela degeneração prematura dos neurônios do sistema nervoso central, principalmente os dopaminérgicos, resultando em disfunções crônicas e progressivas das respostas motoras como os movimentos finos, e assim no surgimento dos sintomas (tétrade clássica): tremor em repouso, rigidez, bradicinesia e instabilidade postural; e distúrbios de outros neurotransmissores causando disfunções autonômicas (constipação, hipotensão), anosmia, parestesia, ansiedade, depressão, distúrbios do sono, podendo evoluir para distúrbios cognitivos e demência.

Leia também: O tratamento dos sintomas motores no início da doença de Parkinson

É a segunda maior doença neurodegenerativa mundialmente, acomete homens e mulheres mas possui maior frequência em homens. Suas causas são inespecíficas, muitas vezes é classificada como idiopática mas possui fatores predisponentes como estilo de vida, fatores ambientais e neuroproteção do estrogênio.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Doença de Parkinson está presente em pelo menos 1% da população acima de 60 anos, e um estudo (Carmo, 2015) com 10 países europeus e 10 países mais populosos do mundo, estimou que em 2030 o número de pessoas com a doença chegará a 9 milhões de pessoas no mundo.

Diante deste cenário, o profissional enfermeiro, dentre os profissionais da equipe multidisciplinar, torna-se essencial para assistência à saúde e o cuidado à pessoa com Doença de Parkinson, uma vez que possui o papel de coordenador do cuidado, auxiliando essas pessoas a alcançarem suas metas terapêuticas e colaborando ativamente nos diversos estágios da doença.

Os enfermeiros atuam em cuidados primários, na avaliação dos sintomas, no reconhecimento das complicações, identificam as opções terapêuticas, realizam o encaminhamento adequado, auxiliam familiares e pacientes a gerenciarem o autocuidado, os medicamentos, a manutenção da saúde através da educação em saúde e do apoio psicológico.

É o profissional de saúde apto a promover uma assistência para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas por meio de um plano de cuidados visando incluir suas as necessidades básicas como a mobilidade, eliminação, repouso/sono, realizando ainda ações para prevenir as complicações relacionadas ao processo neurodegenerativo da Doença de Parkinson.

Vamos conhecer alguns cuidados de enfermagem a pessoa com Doença de Parkinson:

  • Acolher o usuário com diagnóstico de Parkinson e sua família;
  • Criar vínculo com o usuário e sua família;
  • Criar um projeto terapêutico singular;
  • Criar estratégias para minimizar problemas decorrente da Interferência que a doença pode causar em  atividades básicas;
  • Criar estratégias junto ao usuário para facilitar os movimentos e as tarefas habituais como vestuário, higiene, alimentação e atividades laborais;
  • Criar atividades para melhorar a coordenação motora fina;
  • Criar atividades para trabalhar constantemente a memória que pode ser afetada pela doença ou comorbidade;
  • Dar suporte emocional e compreender quais as principais questões para a pessoa;
  • Realizar auxilio ou orientação quanto a cuidados na alimentação;
  • Realizar ou orientar cuidados quanto a higiene;
  • Avaliar o risco de queda;
  • Avaliar a mobilidade e caso haja vulnerabilidade criar estratégias de adaptação;
  • Avaliar momentos e espaços para laser e afetividade
  • Trabalhar a autoestima e novas adaptações.

Saiba mais: A atividade física está associada a menor mortalidade entre pessoas com doença de Parkinson

A pessoa com Parkinson precisa de cuidados descentralizados e domiciliares. Dar a essas pessoas o direito de ter mais qualidade de vida, segurança e assistência em saúde com a equipe multiprofissional pode impedir ou retardar alguns sinais e sintomas da doença, além do comprometimento causado. Desta forma, se fazem necessárias estratégias de cuidado que envolvam equipe, familiares, usuário e o profissional, sempre com cuidados técnicos e o acolhimento devido.

Autores(as):

Brenda do Amaral Almeida
Doutoranda em Saúde Pública e Meio Ambiente (Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca – Fiocruz-RJ), Mestre em Enfermagem (UFES), Especialista em Enfermagem do trabalho (Uninter) e Preceptoria no SUS (IEP Sírio Libanês).

Rafael Rodrigues Polakiewicz
Doutorando em ciências do cuidado em saúde -UFF, Mestre em ciências do cuidado em saúde – UFF, Especialista em atenção psicossocial.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
  • Queiroz C.P.de et.al. Intervenções de enfermagem e os cuidados ao Idoso com Doença de parkinson. ReBIS. 2020; 2(3):29-31
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  • Cirne GNM; Cacho, RO; Cavalcante ARS; Nascimento, WV; et al. Qualidade de vida e o estágio de comprometimento em sujeitos com doença de Parkinson. Cinergis, Santa Cruz do Sul, 2017; 18(2):104-108, ISSN: 2177-4005 .
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