Dia Nacional da Saúde

O objetivo da data é conscientizar e gerar ações sobre as prioridades globais da saúde, com objetivo de construir o bem-estar da população.

Todos os anos levantamos os compromissos internacionais e discutimos sobre questões de saúde que a sociedade entende que é um caminho para a melhor saúde da humanidade. Hoje especialmente vamos discutir a saúde por uma outra lógica. Vamos falar da melhoria pessoal diária, individual de cada um de nós. Se a saúde é o bem-estar físico, psíquico, social, espiritual entre outras coisas. Sabemos que existe um nível de subjetividade que altera o comportamento de resiliência do sujeito, mesmo frente a diversidade.

Dia Nacional da Saúde

Data Nacional

No Brasil, o dia Nacional da saúde foi instituído pela Lei nº 5.352/1.967. A ideia é instituir importância e trazer discussões anuais para o cuidado da saúde da população. No decorrer dos anos o conceito de saúde foi ganhando novas discussões, tendo mais a ver com as necessidades de saúde da nova geração. Hoje a necessidade de saúde perpassa por diversos níveis de compreensão de saúde, alcançando o âmbito social, existencial, econômico, físico, psicológico, emocional, familiar, laboral, escolar, entre outros. Esse conceito necessita compor uma compreensão maior de acessibilidade, equidade, qualidade dos serviços e compreensão das constantes modificações do mundo contemporâneo.

Na esfera do trabalho, para trazer o conceito de saúde em uma práxis em saúde, torna-se necessário compreender o território e subjetividade de cada usuário do serviço. Para isso o profissional necessita de compreender o fenômeno ampliado de saúde, por meio da interação com usuário, articulando teoria e prática se conectando com os usuários, se importando verdadeiramente com vida dessas pessoas. Afinal, cuidar de forma humanizada, se afasta de um conceito puramente tecnicista, pois o fator humano só pode ser percebido na interação e o cuidado apenas pode ser estabelecido

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Por tanto devemos entender alguns elementos importantes para a compreensão do novo conceito de saúde. O primeiro elemento se relaciona com as questões fisiológicas, onde em um mundo de consumo exagerado e produção para que a pessoa possa se aproximar do conceito de saúde, deve se aproximar de um equilíbrio. O segundo elemento seria a psicossomática que podemos compreender como aquilo que se passa em nossas cabeças (psi) e o funcionamento do corpo. E o terceiro elemento seria a psicopatologia do trabalho que adoece milhões. Vamos conhecer brevemente as três condições aqui levantadas.

O estudo da fisiologia nos proporcionou que o organismo precisa estar em estado de estabilidade e equilíbrio, por isso o uso de substâncias como álcool, drogas, açúcar entre outras, podem nos afastar do que entendemos como saúde que se aproxima do equilíbrio das funções fisiológicas desestabilizadas pelo uso dessas condições ou por hábitos como o excesso de alimentação, pouco sono e o pouco movimento do corpo, ou seja, não fazer exercício físico. Isso tudo se dá pelas facilidades da tecnologia e por um mercado de consumo que nos afeta e também nos afasta do que pode ser compreendido como saúde. Com as alterações de comportamento, o corpo sofre alterações que podem levar as pessoas ao adoecer.

No segundo elemento temos a psicossomática que pode ser considerada um em processo relacional entre mente e corpo. Sabemos que quando ficamos doentes podemos desenvolver crises e doenças mentais e que doenças mentais podem gerar doenças físicas. Então sabemos que o plano psíquico, afetivo e corpóreo se conectam e precisam ser tratados como um só. Não é uma crítica ao modelo de cuidado flexineriano que divide o corpo por parte, pois para estudo e compreensão se pode dicotomizar o corpo. O que não podemos fazer é não juntar depois e conectar as descobertas com uma conduta clínica integral que respeite o sujeito como complexo.

Sobre a psicopatologia do trabalho temos questões severas. No mundo atual, o trabalho se faz necessário para o consumo, objeto de desejo humano. Então, se não há trabalho há ociosidade e sensação de fracasso e impotência. Se o trabalho leva a pessoa a uma grande carga horária e com pouca remuneração o consumo da felicidade fica comprometido. Então entramos em uma nova era, onde as perguntas se modificam. Não se trata de qual é o trabalho ou se a condição é do não trabalho. A problemática se torna: Qual é o trabalho? Pois precisamos de propósitos e sempre colocar nossa criatividade em cheque, além disso, precisa-se no atual mundo de perspectiva de crescimento e espaços de valorização. Tracionando um mundo de valorização do “Eu”.

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Para levar para casa

O desafio dos profissionais é construir junto ao usuário do serviço de saúde meios para a saúde. Para cada pessoa, seja criança, adolescente, adulto, mulher, homem, idoso, pessoa com deficiência, etc, precisaremos traçar um caminho original em direção ao bem-estar físico, psíquico, social, espiritual e emocional. A natureza dessa nova forma de cuidar nos afasta de uma lógica de cuidado, onde cuidamos de muitos de forma rasa e inconsistente. Por isso, precisamos de atenção das autoridades em constituir salários dignos, carga horária adequada e descanso igualmente adequado. O desprendimento energético para cuidar de alguém é grandioso e precisa de reconhecimento, afinal a necessidade de cuidado do mundo contemporâneo, desvela para o mundo que a saúde é o bem que deve estar no topo da pirâmide dos interesses humanos.

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Referências bibliográficas: Ícone de seta para baixo
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