Diagnóstico da menopausa: o que há de novo?

A menopausa (cessação da função ovariana) é um diagnóstico retrospectivo, após 12 meses consecutivos de amenorreia. Como orientar essas pacientes? 

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A menopausa (cessação da função ovariana) é um diagnóstico retrospectivo, após 12 meses consecutivos de amenorreia. No entanto, muitas mulheres demandam de seus ginecologistas uma previsão de quando o período menstrual final vai ocorrer. Como orientar essas pacientes quando ocorre o diagnóstico da menopausa? 

Nos Estados Unidos, a idade média em que as mulheres apresentam a menopausa é 52,5 anos (47-54 anos). Diversos fatores podem influenciar nesse processo, como IMC, fatores sociodemográficos e estresse. A transição menopausal é o período em que se iniciam as alterações do ciclo menstrual até, finalmente, a menopausa propriamente dita. 

O primeiro marco da transição é o surgimento de ciclos irregulares em mulheres com ciclos anteriormente regulares. Ou seja, variações importantes no intervalo entre os ciclos menstruais (maior que 10 dias). Quase todas as mulheres apresentam essa alteração por volta dos 47 anos de idade. A idade de início da transição influencia diretamente sua duração e sintomatologia: quanto mais cedo se inicia, mais longa e mais sintomática será a transição menopausal. 

Aos 49 anos, em média, ocorre o segundo marco da transição, que é apresentar, pelo menos, um período de amenorreia por, no mínimo, 60 dias. Nessa fase mais tardia da transição, a probabilidade de menopausar em até 4 anos é de 94%. 

Muitas mulheres podem não ficar satisfeitas com uma janela tão longa. Saber precisamente quando será a última menstruação pode ser importante em situações como sangramento disfuncional com possibilidade de tratamento cirúrgico ou para decidir sobre manutenção ou suspensão de método contraceptivo (troca de DIU, por exemplo). 

Saiba mais:  Menopausa: como fornecer suporte nessa fase da vida

Além disso, pode ser particularmente difícil estabelecer o início da transição em algumas situações. Em mulheres com ciclos classicamente irregulares (a exemplo das anovuladoras crônicas), usuárias de DIU de levonorgestrel (muitas ficam em amenorreia ou apresentando apenas sangramento de escape em função do progestágeno contínuo) ou em pacientes histerectomizadas ainda no menacme, o parâmetro menstrual se perde. 

Por esse motivo, tem sido proposto o uso de biomarcadores na tentativa de estabelecer uma estimativa mais precisa da idade em que a menopausa se instalará. A dosagem do hormônio folículo-estimulante (FSH) e do hormônio anti-mulleriano (AMH) poderá ser útil nesse contexto. 

O FSH dosado idealmente até o 5º dia do ciclo estará aumentado em mulheres na perimenopausa, mas essa medida pode ser um pouco difícil de ser obtida em função da irregularidade dos ciclos.  Já o AMH encontra-se bastante reduzido ou até indetectável em mulheres menopausadas ou que terão seu período menstrual final nos próximos 12 meses. Valores altos de AMH, em geral, indicam que a menopausa é improvável nos próximo 5 anos. 

O uso de biomarcadores, apesar de promissor, ainda precisa ser melhor estudado para essa finalidade, visto que as evidências disponíveis até o momento são escassas. Dessa forma, pelo menos por enquanto, o ginecologista deve continuar utilizando os critérios clínicos de idade da paciente e marcos da transição menopausal para aconselhar e predizer quando ocorrerá o período menstrual final. 

 

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