Diretriz brasileira para detecção precoce do câncer de mama foi eficaz?

Artigo avaliou o acesso e a adesão da população feminina, atendida pelo SUS, à Diretriz Brasileira de Detecção Precoce do Câncer de Mama.

A detecção precoce do câncer de mama diminui sua morbidade e mortalidade, sendo o principal objetivo de quem presta assistência à mulher. Por este motivo é de suma importância conhecer e implantar a diretriz brasileira para detecção precoce do câncer de mama. Mas, será que sua implantação foi eficaz no Brasil?

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Diretriz brasileira para detecção precoce do câncer de mama foi eficaz?

Análise recente

Em dezembro de 2022, foi publicado um artigo na revista Femina com o objetivo de avaliar o acesso e a adesão da população feminina, atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), à Diretriz Brasileira de Detecção Precoce do Câncer de Mama, em duas cidades de médio porte de uma região metropolitana do estado de São Paulo. Os pesquisadores realizaram um estudo transversal e os dados foram coletados no Sistema de Informação do Câncer (Siscan) e nas Secretarias Municipais de Saúde no período de 01/01 a 31/12 de 2017.

De acordo com os autores, em Santa Bárbara d’Oeste, foram realizadas 3.106 mamografias: 2.931 (94,4%) BI-RADS® 1-2; 21 (0,7%) BI-RADS® 3; 12 (0,4%) BI-RADS® 4-5; 142 (4,5%) BI-RADS® 0. A maioria dos exames (1.855 – 59,7%) foi realizada em mulheres de 50 a 69 anos. A cobertura mamográfica na população de risco foi de 11,2%. Sendo que o envelhecimento foi relacionado ao BI-RADS® 4-5 (p = 0,005). Já a idade jovem esteve relacionada ao maior número de BI-RADS® 0 (p = 0,03).

Em Vinhedo, foram realizadas 1.996 mamografias: 1.835 (91,9%) BI-RADS® 1-2; 9 (0,45%) BI-RADS® 3; 7 (0,35%) BI-RADS® 4-5; 145 (7,3%) BI-RADS® 0. Sendo que a maioria dos exames (975 – 48,8%) foi realizada em mulheres de 50-69 anos. A população coberta pela mamografia foi de 17%. Reunindo ambas as análises populacionais, os autores evidenciaram que o envelhecimento esteve relacionado ao maior número de casos suspeitos (p = 0,007).

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Conclusão

Com base nestes resultados, é possível concluirmos que o rastreamento para câncer de mama é inferior ao proposto pela Organização Mundial de Saúde (OMS) no Brasil. Porém, o estudo tem algumas limitações, já que avalia a população apenas do estado de São Paulo, sendo o Brasil um país continental, com uma pluralidade cultural, este é um viés importante.

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