Dose de reforço da Pfizer e mortalidade por Covid-19

Estudo buscou avaliar se a aplicação de uma dose de reforço vacinal poderia reduzir a mortalidade por Covid-19.

As vacinas contra a Covid-19 que utilizam a plataforma de RNA mensageiro foram umas das primeiras a surgir durante a pandemia, entre elas a Pfizer-BioNTech. Muitas já se demonstraram seguras e eficazes, porém com necessidade de dose de reforço devido ao novo aumento de número de casos, sobretudo naqueles indivíduos que se vacinaram muito cedo. Israel foi um país pioneiro na vacinação, porém experimentou altas taxas de novos casos após a aplicação da segunda dose das vacinas, o que motivou o início precoce da aplicação da terceira dose. O objetivo do estudo foi justamente avaliar se a aplicação de uma dose de reforço vacinal poderia reduzir a mortalidade por Covid-19.

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Dose de reforço da Pfizer e mortalidade por Covid-19

Métodos

O período do estudo foi de Agosto a Setembro de 2021, sete dias após o início da aplicação da terceira dose. Foram incluídos pacientes com 50 anos ou mais que tomaram a segunda dose a pelo menos 5 meses cadastrados no sistema de saúde de Israel. Pacientes que já tiveram Covid-19 no passado ou 3 dias após a aplicação do reforço foram excluídos. Os participantes foram divididos em dois grupos, vacinados ou não com a terceira dose. O desfecho primário foi morte por Covid-19 e o desfecho secundário foi infecção pelo mesmo.

Resultados

Um total de 843.208 pacientes foram incluídos, a média de idade foi 68 anos, 46% eram hipertensos, 33% eram obesos e 29% diabéticos. 65 pacientes que receberam o booster morreram por Covid-19 (0,16/100.000 pessoas) contra 137 no grupo de não vacinados (2,98/100.000). O HR foi de 0,10 (IC 95%, p<0,001). Histórico de tabagismo, diabetes, DPOC, obesidade e ataque isquêmico transitório não foram associados a óbito pela doença. Quanto aos desfechos secundários, a infecção por Covid-19 ocorreu em 2.888 pacientes vacinados e em 11.108 naqueles não vacinados, com HR de 0,17.

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Esses dados apontam que aqueles indivíduos vacinados com a terceira dose com pelo menos 5 meses após a segunda dose, tiveram uma redução de mortalidade em cerca de 90%. Isso é de fundamental importância visto que não apenas Israel, mas diversos países notaram aumento dos casos de Covid-19 em pessoas vacinadas precocemente. É interessante notar que o período do estudo foi extremamente curto (54 dias), porém com altas taxas de incidência da doença naquele período. Ainda são necessários estudos de longo prazo para entender a duração da proteção e seu efeito na pandemia.

O Brasil vem aplicando a dose de reforço na população idosa e profissionais de saúde, além de debater o início da vacinação em crianças. O programa de imunização brasileiro ganhou força frente ao restante do mundo à medida que a vacinação avança proporcionalmente mais rápido que outros países como Estados Unidos e países da Europa.

Mensagens Práticas:

  • As vacinas de RNA são seguras e com elevado grau de proteção;
  • A dose de reforço é necessária e reduz mortalidade sobretudo em pacientes com idade mais avançada;

Referências bibliográficas:

  • Arbel R, Hammerman A, Sergienko R, Friger M, Peretz A, Netzer D, Yaron S. BNT162b2 Vaccine Booster and Mortality Due to Covid-19. N Engl J Med. 2021 Dec 8. doi: 10.1056/NEJMoa2115624.

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