Cateterismo vesical no paciente masculino

O cateterismo vesical é um procedimento amplamente utilizado e o enfermeiro desempenha um papel fundamental na assistência ao paciente.

O cateterismo vesical é um procedimento amplamente utilizado e o enfermeiro desempenha um papel fundamental na assistência ao paciente em uso do dispositivo. Confira abaixo mais informações sobre o procedimento.

Leia também: O técnico de enfermagem pode realizar cateterismo gástrico ou enteral?

Cateterismo vesical no paciente masculino

Definição de cateterismo vesical

É um procedimento estéril que consiste na introdução de uma sonda da uretra até a bexiga

Responsabilidade

Privativo do Enfermeiro. Esse procedimento não pode ser delegado ao técnico ou auxiliar de enfermagem.

Indicações:

  • Pacientes com retenção ou obstrução urinária;
  • Pacientes com instabilidade hemodinâmica com necessidade de monitorização do débito urinário;
  • Paciente com doenças neurológicas, bexiga neurogênica ou lesões medulares;
  • Pós-operatório, com tempo máximo recomendável de até 24 horas, exceto para cirurgias urológicas específicas;
  • Cirurgias urológicas específicas.

Contraindicações relativas:

  • Infecção do trato urinário em curso;
  • Paciente com estenose da uretra;
  • Trauma uretral;
  • Cirurgia de reconstrução uretral.

Objetivo:

  • Drenagem de urina;
  • Controle do débito urinário;
  • Instilação de medicação ou líquido via uretral.

Materiais Necessários:

  • Sonda Folley (Neonatal 4-6 French, Pediátricas 6-10 French, Adulto 12-24 French);
  • Coletor de urina de sistema fechado;
  • Bandeja estéril para o procedimento com cubas e pinças;
  • Biombo;
  • Campo estéril simples e um campo estéril fenestrado;
  • Um par de luvas estéreis;
  • Um par de luvas de procedimento;
  • Compressas ou luvas de banho;
  • Água e sabão neutro;
  • Clorexidina degermante;
  • Clorexidina aquosa 2%;
  • Xilocaína geleia 2%;
  • Dois a três pacotes de gaze;
  • Uma seringa de 5 ml (se paciente pediátrico) ou 20 ml (se paciente adulto) – deve ter ponta luer slip que encaixe no dispositivo de preenchimento do balonete da sonda;
  • 5 a 15 ml de água destilada (depende se pediátrico ou adulto);
  • Fita adesiva microporosa hipoalergênica;
  • Uma agulha de aspiração (40×12);
  • Ampola água destilada estéril;
  • Mesa de Mayo.

Esse texto faz parte do Nursebook, aplicativo de condutas de enfermagem. Clique aqui para baixar grátis e ter acesso a mais conteúdos!

Etapas do Procedimento

  1. Reunir o material e levar até o paciente.
  2. Promover ambiente iluminado e privativo.
  3. Explicar o procedimento ao paciente ou acompanhantes, se for o caso.
  4. Solicitar que o paciente se posicione em decúbito dorsal com as pernas estendidas, após a retirada do short ou calça, e de roupa íntima ou fralda, ou posicioná-lo, caso o paciente não seja cooperativo.
  5. Higienizar as mãos.
  6. Organizar o material sobre a mesa de Mayo.
  7. Abrir a bandeja de forma estéril e o pacote de sondagem, acrescentando: quantidade suficiente de antisséptico na cuba rim, pacotes de gaze sobre o campo estéril simples, seringas e agulha para aspiração.
  8. Calçar luva estéril.
  9. Verificar as condições de higiene do pênis tendo o cuidado de expor a glande para higienização eficaz, se necessário, proceder à higienização com água e sabão.
  10. Com a mão não dominante, segure o pênis de forma perpendicular ao corpo. Esta mão permanecerá nessa posição até o final do procedimento, pois estará contaminada.
  11. Com a mão dominante, realizar antissepsia do pênis com as gazes embebidas com antisséptico preconizado pela instituição, com movimentos circulares, no sentido do meato uretral para fora, até a base do pênis. Repita esse movimento por no mínimo três vezes.
  12. A cada movimento realizado, despreze as gazes e não as retorne no sentido oposto ao meato uretral.
  13. Permaneça segurando o pênis com a mão não dominante de forma perpendicular ao corpo do paciente.
  14. Retirar as luvas.
  15. Higienizar as mãos.
  16. Calçar as luvas estéreis.
  17. Colocar o campo estéril fenestrado.
  18. Colocar uma porção de anestésico sobre o campo estéril.
  19. Permaneça segurando o pênis com a mão não dominante de forma perpendicular ao corpo do paciente.
  20. Posicione a cuba rim entre as pernas do paciente.
  21. Com a mão dominante, segure a sonda e passe o anestésico que foi colocado no campo estéril, em 5 a 15 cm da ponta da sonda.
  22. Com o pênis perpendicular ao corpo do paciente, introduzir a sonda com a ponta lubrificada até retornar urina na cuba rim.
  23. Após o fluxo de urina estiver estabelecido, insira a sonda mais alguns centímetros para evitar que o balonete seja inflado no canal uretral.
  24. Aspire a água destilada na seringa (com auxílio de um colega para segurar a ampola) e reserve na bandeja estéril.
  25. Infle o balonete com água estéril. A quantidade de água que deve ser utilizado está descrita na própria sonda. O volume varia conforme o fabricante.
  26. Após inflar o balão, retire o campo estéril
  27. Conecte ao sistema coletor.
  28. Tracione a sonda suavemente até sentir resistência.
  29. Posicione o pênis sobre a região supra púbica e fixe a sonda com adesivo hipoalergênico, tendo o cuidado de não deixá-la tracionada.
  30. Pendurar a bolsa coletora em suporte localizado abaixo do leito (e não nas grades).
  31. Auxilie o paciente a se vestir e/ou coloque a fralda descartável.
  32. Deixe o paciente confortável.
  33. Recolher o material, providenciando o descarte e armazenamento adequado.
  34. Lavar as mãos novamente, retornar e identificar a bolsa coletora com nome do paciente, data, turno e nome do enfermeiro responsável pelo procedimento.
  35. Registrar o procedimento no prontuário e/ou folha de observação complementar do paciente, atentando para as características e volume urinário.

Saiba mais: Infecção urinária: troca de cateter é ineficaz no controle da doença

Autores:

  • Camila Tenuto. Enfermeira (EEAAC/UFF) • Especialista em Terapia Intensiva Neonatal (IFF/FIOCRUZ) • Especialista em Terapia Intensiva (UNYLEYA) • Discente do Mestrado Profissional em Ensino na Saúde (EEAAC/UFF) • Enfermeira rotina do CTI Geral (HUPE/UERJ).
  • Juan Carlos Silva Araujo. Enfermeiro (EEAN/UFRJ) •Especialista em pediatria (IFF/FIOCRUZ) • Especialista em preceptoria no SUS (IEP/HSL) • Mestre em enfermagem (EEAN/UFRJ) • Enfermeiro da UTI pediátrica do HUPE/UERJ e do IPPMG/UFRJ • Docente do curso de graduação em enfermagem das Faculdades São José.

Referências bibliográficas:

  • Bowden VR. Procedimentos de Enfermagem Pediátrica [tradução de Mariângela Vidal Sampaio Fernandes, et al.]. 3rd ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
  • ANVISA. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Medidas de Prevenção de Infecção Relacionada à Assistência à Saúde. Brasília: Anvisa, 2017. Disponível em: http://www.riocomsaude.rj.gov.br/Publico/MostrarArquivo.aspx?C=pCiWUy84%2BR0%3D
  • Perry AG, Potter PA, Desmarais PL. Guia Completo de Procedimentos e Competências de Enfermagem. 8th ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2015.
  • Prado ML, et al. Fundamentos para o Cuidado Profissional de Enfermagem. 3rd ed. Florianópolis: UFSC, 2013: p.548.
  • Lynn P. Manual de Habilidades de Enfermagem Clínica de Taylor. Porto Alegre: Artmed; 2012.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo

Selecione o motivo:
Errado
Incompleto
Desatualizado
Confuso
Outros

Sucesso!

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Avaliar artigo

Dê sua nota para esse conteúdo.

Você avaliou esse artigo

Sua avaliação foi registrada com sucesso.

Baixe o Whitebook Tenha o melhor suporte
na sua tomada de decisão.

Especialidades