Estatinas como opções para tratamento da Síndrome dos Ovários Policísticos

As estatinas vem sendo apontadas como potenciais alternativas para redução de alterações metabólicas observadas na Síndrome dos Ovários Policísticos. Entenda:

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A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma entidade clínica cuja fisiopatologia ainda não é completamente elucidada. Tem como principais achados o excesso de androgênios e disfunção ovariana, após outras causas serem excluídas. Outro elemento que comumente faz parte do espectro da condição é a resistência à ação da insulina.

Um dos androgênios que podem estar elevados no sangue é a dehidroepiandrosterona (DHEA), um hormônio derivado do colesterol produzido na zona reticular do córtex adrenal e que também é precursor de outros androgênios. Algumas publicações em pacientes com SOP correlacionaram os níveis de DHEA com obesidade abdominal, dislipidemia e resistência à insulina.

Sendo assim, as estatinas, que são inibidoras de uma enzima chamada HMG-CoA redutase, crucial na síntese de colesterol, vem sendo apontadas como potenciais alternativas para redução de alterações metabólicas observadas na SOP.

Leia mais:Comorbidades na síndrome do ovário policístico: o que devemos analisar?

Uma recente meta-análise, que incluiu 10 estudos com 735 pacientes com SOP, sendo que destas 361 faziam uso de estatinas, procurou avaliar esta questão. Em 6 estudos, utilizava-se a sinvastatina na dose de 20 mg\dia, em 2 estudos, a atorvastatina 20 mg\dia, 1 estudo com atorvastatina 40 mg\dia e 01 estudo com rosuvastatina 10 mg\dia; 03 estudos com 24 semanas de duração e os demais com 12 semanas ou menos.

Em todos eles, comparados com o grupo controle, as estatinas foram eficazes em reduzir os níveis plasmáticos de DHEA, sendo que das estatinas analisadas, a atorvastatina foi a quem mostrou a redução estatisticamente significativa.

Porém, um elemento importante foi notado: a piora no metabolismo da glicose nestas pacientes – efeito esse já conhecido em relação às estatinas. Sendo assim, teoricamente o benefício do uso deveria ser pesado quanto a este efeito indesejável.

Como todo trabalho, esta meta-análise tem limitações como heterogeneidade das populações e dos métodos laboratoriais empregados para a dosagem do DHEA, além do que não foram desenhados para analisar especificamente o desfecho do efeito das estatinas sobre os níveis plasmáticos do hormônio. Contudo, pensando sob o ponto de vista lógico, estudos neste sentido devem ser encorajados para a definição de mais um elemento para o arsenal terapêutico da SOP.

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Referências:

  • Yang S. et al.: Meta-analysis of statins on DHEA in PCOS . Med Sci Monit, 2019; 25: 590-597

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