Estudo mapeia a utilização do BI-RADS®️ por médicos que realizam ultrassonografia

O BI-RADS é o melhor exemplo de padronização de laudos e resultados de exames por imagem. Saiba mais sobre seu uso na ultrassonografia.

Um estudo inédito que visa mapear a utilização do BI-RADS® – acrônimo de Breast Imaging Reporting and Data System, que significa Sistema de Laudos e Registro de Dados de Imagem da Mama – por médicos está sendo realizado pelo Programa da Pós-graduação em Saúde Baseada em Evidências da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), em parceria com pesquisadores de outras instituições brasileiras e internacionais.  

O  sistema é o melhor exemplo mundial de padronização de laudos e resultados de exames por imagem, uma vez que proporciona organização, clareza e eficiência. Permite ainda um melhor entendimento das lesões mamárias, favorece a monitorização dos resultados, dá agilidade aos estudos estatísticos e é útil na realização das auditorias. 

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“Por que é tão difícil usar o BI-RADS®️ no Brasil? Levei essa questão para outros colegas pesquisadores e, a partir dessa ideia, elaboramos um questionário estruturado para facilitar a investigação. Outras perguntas foram surgindo, como, por exemplo: por que, mesmo com os avanços tecnológicos e tratamentos cada vez mais assertivos, a taxa de mortalidade pelo câncer de mama só aumenta no Brasil?. Além do objetivo principal de mapear o uso do BI-RADS®️ por médicos que realizam ultrassonografia, conseguiremos traçar o perfil destes profissionais e identificar aspectos da rotina de trabalho, assim como particularidades do nosso país e oportunidades de melhoria”, afirmou a médica radiologista Vanessa Merjane, que é mestranda e a responsável pelo projeto, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.  

Mais sobre o BI-RADS® 

O BI-RADS® foi desenvolvido pelo American College of Radiology (ACR), em parceria com outras instituições respeitadas nos Estados Unidos. É mundialmente aceito por todas as especialidades envolvidas no cuidado com as patologias mamárias, sendo traduzido em seis idiomas: espanhol, alemão, português, mandarim, japonês e grego. 

Em uma breve análise histórica, após o início dos programas de rastreamento do câncer de mama nos Estados Unidos em 1985, o ACR convocou um comitê para desenvolver um programa de credenciamento de mamografia e programas de qualidade.  

Disso resultou a primeira versão do BI-RADS® em 1993, com orientações para a realização das imagens, uma estrutura para relatórios, o léxico de mamografia e as categorias finais de avaliação com recomendações de conduta. A iniciativa surgiu para resolver a falta de padronização e uniformidade nos relatórios da prática de mamografia. Um componente importante desse sistema é o léxico – um dicionário de descritores específicos, que foram selecionados com base na sua capacidade de discriminar entre achados benignos e malignos. Uma vez estabelecido, o léxico forneceu novas oportunidades para garantia de qualidade, comunicação, pesquisas e melhor atendimento aos pacientes. 

“Sabemos hoje que a detecção precoce e a terapia adequada são os pilares para a redução da mortalidade pelo câncer de mama. Para um tratamento assertivo, o primeiro passo é realizar o diagnóstico. E essa pesquisa pioneira visa investigar como estamos realizando o diagnóstico do câncer de mama no Brasil. As perguntas do questionário foram direcionadas para validar algumas percepções e esclarecer dúvidas nesse cenário do rastreamento da doença, avaliando desde a formação acadêmica e profissional do médico até a sua rotina/dinâmica de trabalho. Acreditamos que a desorganização e a complexidade do sistema de saúde brasileiro resultam em uma dificuldade de utilizar o BI-RADS® da forma como ele foi originalmente criado e estruturado nos Estados Unidos”, pontuou Vanessa Merjane.  

Como participar

O projeto é destinado a médicos que realizam ultrassonografia mamária. Os interessados em participar devem preencher um questionário online. Para simplificar, as perguntas são todas de múltipla escolha e respondê-las pode levar menos de dez minutos. Basta clicar no link e enviar a contribuição até 18 de fevereiro.  

O levantamento possui o apoio do Colégio Brasileiro de Radiologia (CBR), da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia (SBUS), da Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) e da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO). 

A equipe de pesquisadores é composta por: Vanessa Merjane, médica radiologista-pesquisadora responsável (Unifesp); Almir Galvão Vieira Bitencourt, médico radiologista-coorientador da pesquisa (A.C.Camargo Cancer Center SP); Douglas Marcel Puricelli Perin, epidemiologista (Radboud University Medical Center – Holanda); César Ramos Rocha-Filho, consultor científico (Unifesp); Alex Jones Flores Cassenote, epidemiologista (Universidade de São Paulo – USP); e Wagner Iared  médico radiologista-orientador da pesquisa (Unifesp).  

Próximos passos 

Encerrando essa fase da coleta, os questionários passarão por uma análise estatística dos dados. “Leva tempo entre escrever um artigo e receber a aceitação para publicação nas revistas científicas, portanto ainda não temos uma data prevista. Os resultados deverão ser apresentados em congressos e eventos científicos da área e também fomos convidados a apresentá-los no Portal de Notícias da PEBMED, assim que os artigos forem publicados”, concluiu Vanessa Merjane.  

Mais informações podem ser encontradas no Instagram @pesquisa_birads e no link de acesso à pesquisa: https://pesquisabi-rads.com/ 

Para acessar o questionário: https://pt.surveymonkey.com/r/V3PZP5D

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