Foi disponibilizado recentemente no Brasil um teste inovador para diagnosticar e classificar tumores cerebrais primários. O novo exame é realizado através da testagem molecular de material de ressecção do tumor cerebral, pesquisando mais de 850 mil sequências gênicas metiladas para a precisa classificação dos tumores cerebrais.
Como cada tumor possui seu padrão específico de metilação, sua “assinatura” molecular, o teste é capaz de comparar o padrão do caso de cada paciente com uma base de dados de uma coorte de referência contendo mais de 80 mil exemplares de tumor cerebral. Através desta comparação, é possível estimar com precisão qual a classe tumoral da amostra que está sendo analisada.
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Com o resultado e considerando outros exames (histopatológico e imunoistoquímico), os médicos ganham uma nova ferramenta para identificar, de forma mais precisa, o tipo e o grau do tumor, o que contribui para um melhor diagnóstico e tratamento.
“O novo teste vai beneficiar pacientes com tumor cerebral primário submetidos a biópsia ou cirurgia neurológica, pois os resultados aumentam a assertividade do tratamento. O especialista terá acesso a um relatório que integra três exames realizados atualmente. Além de tornar mais barato o procedimento, o novo teste é mais acurado”, explicou o diretor médico de Anatomia Patológica e Genética da Dasa, Cristovam Scapulatempo Neto, em entrevista ao Portal de Notícias da PEBMED.
Além da confirmação do diagnóstico, o teste é capaz de identificar a subclasse molecular das neoplasias. Para certos tipos tumorais, esta subclassificação é fundamental para o planejamento terapêutico.
“Como exemplo, temos os meduloblastoma e ependimomas, cujas classes moleculares se associam mais ao comportamento da doença que somente à classificação histológica convencional. Em alguns casos, o perfil de metilação irá alterar um diagnóstico inicial, tanto de tumores de alto grau para baixo grau como vice-versa, o que traz impacto significativo ao prognóstico e tratamento dos pacientes. Adicionalmente, através do mesmo teste, é possível extrair dados cromossômicos de variação de número de cópias, possibilitando a identificação de parâmetros fundamentais na neuro-oncologia, como a codeleção do braço curto do cromossomo 1 e do braço longo do cromossomo 19 (codeleção 1p/19q), amplificação de EGFR e deleção de CDKN2A. Por fim, este teste também é capaz de avaliar o status de metilação do gene MGMT, biomarcador muito importante para predição de resposta ao tratamento com a temozolamida. De acordo com a nova classificação da Organizaão Mundial de Saúde (OMS) alguns tumores só podem ser corretamente diagnosticados utilizando-se esse teste”, pontuou o diretor médico de Anatomia Patológica e Genética da Dasa.
Câncer no sistema nervoso central
Vale lembrar que cânceres cerebrais incluem tumores cerebrais primários, que começam no cérebro e, em geral, não se espalham para outras partes do corpo; e tumores secundários (ou metástases), causados por cânceres que se iniciam em outras regiões. A novidade disponibilizada pela Dasa é indicada, especificamente, para o primeiro caso.
“Este tipo de laudo integrado é preconizado pelas principais sociedades médicas. Por isso, médicos oncologistas, clínicos, neurologistas, neurocirurgiões e neuropediatras têm agora à disposição essa importante ferramenta para sua prática clínica”, afirmou o diretor geral de Negócios Hospitalares e Oncologia na Dasa, Emerson Gasparetto.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indicam que, em 2020, foram mais de 11 mil casos de câncer no Sistema Nervoso Central (SNC) no Brasil, sendo que 88% dos tumores se localizam no cérebro. Este tipo de neoplasia (SNC) representa de 1,4 a 1,8% de todos os tumores malignos no mundo.
O novo teste para tumores cerebrais primários está disponível somente através da Dasa Genômica (www.dasagenomica.com) em todas as marcas da rede DASA de laboratórios .O teste, chamado de MethylBrain, custa R$ 5.600.
*Este artigo foi revisado pela equipe médica do Portal PEBMED.
2 abr. 2024 
4 min. 
