Evento Cardiopapers Experience aborda principais diretrizes nacionais e novidades na cardiologia

Criado em 2010, o CardioPapers se transformou em uma das principais formas de atualização em cardiologia da América Latina.

No último dia 10 de setembro, a Cardiopapers realizou um simpósio em São Paulo, com o objetivo de trazer as principais novidades da cardiologia em um modelo inovador de ensino e interação com a plateia. O evento contou com a participação de todos os times da Afya Digital Health, como o Whitebook, iClinica, Ipemed, Glic e Além da Medicina. Diversos convidados participaram, com destaque para autores das principais diretrizes nacionais e o médico Renato Lopes, pesquisador internacional.

Evento Cardiopapers Experience aborda principais diretrizes nacionais e novidades na cardiologia

Quais as principais mensagens para “levarmos para casa?”

  • Insuficiência cardíaca (IC): houve duas discussões principais. A primeira, sobre classificação, com a proposta de dividirmos a IC em fração de ejeção reduzida (ICFER: FE < 40%), IC com fração de ejeção intermediária (ICFEi: 41-49%) e a IC com fração de ejeção preservada (ICFEP, FE > 50%), além da IC com fração de ejeção melhorada, que são os pacientes previamente ICFER, mas que recuperaram com o tratamento clínico. Outro ponto importante foi o resultado do estudo Deliver, com os benefícios da dapaglifozina nos pacientes com ICFEP.
  • Sobre diabetes melito (DM), Dr. Renato Lopes mostrou os benefícios dos agonistas GLP-1, como a semaglutida e a aguardada terziparatida (na verdade, um coagonista GLP-1 e GIP), que permitem não só redução glicêmica, como também uma perda de peso importante. A obesidade é peça chave no DM tipo 2 e nas complicações cardiovasculares e hepáticas, como a NASH (esteato-hepatite não alcoólica).
  • Na área de dislipidemia, foi reforçada a importância da redução do LDL para a meta < 50 mg/dl a fim de obter o máximo possível de minimização do risco de eventos cardiovasculares. Como muitos pacientes não conseguem essa meta mesmo com dose máxima de estatina, cresce o interesse por drogas complementares. A ezetimibe tem a vantagem da comodidade posológica, porém os estudos questionam se ela agrega redução no risco de IAM, AVC ou morte. Os inibidores PCSK9 estão disponíveis no mercado, mas o custo e a via de administração ainda são barreiras importantes. É aguardado no mercado nacional o lançamento do incliseran, considerado a “vacina para colesterol”, pois injeções semestrais trariam redução importante e duradoura no LDL, como apresentado no último congresso da ACC.
  • Em hipertensão, Dr. Audes Feitosa mostrou a importância das medidas domiciliares da pressão arterial, por MAPA ou MRPA. A média da pressão em casa é um preditor mais acurado de eventos cardiovasculares do que a medida isolada em consultório. Hoje em dia, o aumento da disponibilidade de aparelhos automáticos de braço padronizados e testados ampliou o uso dessa metodologia. Através de conexão por internet, é possível transmitir diretamente os dados para seu médico, permitindo um ajuste mais preciso e individualizado da medicação anti-hipertensiva.
  • Na seção sobre doença coronariana aguda, os destaques são a importância da estratificação do paciente de alto e muito alto risco para coronariografia precoce e a administração do segundo antiagregante plaquetário em sala, após conhecimento da anatomia, tendo como opções o prasugrel, o ticagrelor e o clopidogrel.
  • Entre os destaques da diretriz de valvopatias, cresce a indicação e o uso da TAVI na estenose aórtica, hoje aprovada para pacientes de moderado a alto risco cirúrgico. A expectativa, com os resultados de longo prazo, é que essa modalidade se torne a primeira opção de tratamento da estenose aórtica senil, por calcificação. Por outro lado, ainda há poucos dados e bastante dúvida nos pacientes mais jovens, com valva aórtica bicúspide e raiz da aorta aneurismática. Na área de insuficiência mitral, os dois principais temas foram o uso do mitraclip nos pacientes com IC avançada e alto risco cirúrgico, bem como o uso mais precoce da plastia nos pacientes com IM grave isolada.

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