Embora ainda não exista um tratamento modificador dessa síndrome, algo que atue diretamente nos sintomas fisiopatológicos, a prática de exercícios físicos se mostrou como um agente positivo em diversos aspectos.
Neste episódio, a geriatra e editora-médica do Whitebook, Mariana Sobreiro, aborda um dos principais conceitos na Geriatria: a fragilidade. Esse conceito é definido como uma síndrome de declínio fisiológica associada ao envelhecimento, tornando os idosos vulneráveis, onde os sistemas endócrino, muscular e imunológico são bastante afetados.
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Definição
A síndrome de fragilidade representa um estado de vulnerabilidade a estressores por deterioração da capacidade compensatória do organismo e desequilíbrio da homeostase. Associa-se ao envelhecimento biológico e aumenta o risco para eventos adversos em idosos.
Fisiopatologia
Perda acentuada da reserva fisiológica e aumento da vulnerabilidade não justificada unicamente pelo progresso da idade. A resposta insuficiente aos estressores leva a um ciclo vicioso em direção ao declínio funcional e outros resultados adversos graves à saúde.
A redução da reserva surge por danos celulares e moleculares cumulativos causados por disfunção mitocondrial, estresse oxidativo e inflamação crônica, mediados por fatores genéticos e ambientais.
Os sistemas/órgãos mais estudados em relação aos efeitos da fragilidade são:
- Cérebro (ex.: hiper-responsividade das células microgliais);
- Sistema endócrino (ex.: desregulação no eixo hipotálamo-hipófise que leva à diminuição do fator de crescimento semelhante à insulina [IGF-1] e androgênios, além do aumento da secreção de cortisol);
- Sistema imune (ex.: produção de citocinas pró-inflamatórias como interleucina 6 [IL-6] e fator de necrose tumoral alfa [TNF-α]);
- Sistema musculoesquelético (ex.: cessação da homeostase com perda de massa muscular, fraqueza muscular e diminuição do anabolismo muscular – sarcopenia).
Apresentação Clínica
Sintomas/sinais que costumam acompanhar o quadro de fragilidade:
- Exaustão/astenia
- Fraqueza muscular;
- Redução de mobilidade;
- Declínio cognitivo;
- Perda ponderal não intencional;
- Alterações de marcha.
Abordagem Diagnóstica
Com base nos principais conceitos que explicam a síndrome de fragilidade, foram propostos dois instrumentos clínicos para diagnóstico: (1) Fenótipo de Fragilidade (2) Modelo de Acúmulo de Déficits ou Índice de Fragilidade.
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